sexta-feira, 25 de julho de 2008

Dádivas de sangue

Mais um daqueles apelos que cíclica e alarmisticamente aparecem a pedir sangue.
Abaixo a notícia e dois comentários que publiquei a respeito do assunto
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Apelo “urgente” à dádiva de sangue

O Hospital do Barlavento Algarvio, em Portimão, lançou um apelo "urgente" à população para que dê sangue, de forma a repor as reservas e evitar a ruptura naquela unidade hospitalar.
"Ainda não estamos em situação de ruptura, mas as reservas de todos os tipos de sangue estão muito abaixo das necessidades do hospital, o que tem levado ao adiamento de algumas cirurgias programadas, para atender os casos de emergência", revelou o director do Serviço de Imunohemoterapia do hospital à Agência Lusa.
Segundo Roger de Oliveira, a diminuição "brusca das reservas de sangue" deveu-se à necessidade em socorrer três doentes com hemorragias do aparelho digestivo, dois do Norte do País e um britânico, tendo-lhes sido administradas mais de 30 unidades de sangue a cada um.
Face à falta de sangue, Roger de Oliveira alertou para a "necessidade urgente" de repor as reservas, pois, segundo disse, "se surgirem doentes a necessitarem de sangue com urgência, o hospital poderá não ter capacidade para dar resposta".
"Caso se verifiquem situações urgentes, os doentes terão de ser transferidos para outros hospitais, o que acarreta riscos", observou aquele responsável, sublinhando ter sido "já pedido auxílio ao Instituto Português de Sangue".
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Dei sangue muitos anos e em muitos lados e chegava a ser chamado para dar sangue em ocasiões de mais necessidade, em virtude de ser ORH- (dador universal).
Sou asmático de nascença, isto é portador de DROC e nunca isso inibiu as instituições de recolherem e distribuírem o meu sangue.
Há cerca de 2 anos, pretendendo fazer nova dádiva, fui notificado pelo jovem médico que superintendia ás recolhas que, pelo facto de ser portador de DROC não poderia dar sangue.
De nada valeram os protestos, os computadores passaram a exibir essa proibição completamente descabida, face ao passado.
Por mim, o meu sangue está muito bem onde está e não me incomoda nada, pena dos que dele podem necessitar para se salvar.
Saudações
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Cronicamente a imprensa traz a público notícias mais o menos alarmistas de falta de sangue aqui ou ali.
A este respeito sou de opinião que os principais responsáveis por essa falta cíclica de sangue são as instituições de saúde e, em particular, o Instituto Português do Sangue ao reduzir drasticamente os pontos de colheita, que deixaram de existir em muitos hospitais.
Para além disso, as recolhas foram e são sempre feitas nas horas de trabalho normal de qualquer cidadão, horário da função pública, com pausa para o almoço etc.
Ora, tratando-se de uma dádiva, o mínimo que se pode exigir dos serviços é que se organizem de molde a facilitar a vida aos dadores e não a inversa.
O facto de ser passada uma "justificação" de pouco ou nada serve, quando os imperativos de trabalho exigem a presença e o esforço de cada um.Estes "choradinhos" usuais não me comovem nem me impressionam.
Organizem-se!
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Saudações a todos(as)
Nau Catrineta

Certificados de Aforro

Desde que o governo entendeu numa atitude de prepotência, que desde sempre o caracterizou, contra os mais "pequenos" e modestos aforadores, alterar no princípio do ano, as condições de subscrição dos certificados de aforro, série B, reduzindo substancialmente os prémios.
A resposta dos aforradores não se fez esperar e, desde essa data, os resgates desses certificados já somam mais de 600 milhões de Euros, sendo que a diferença negativa entre os certificados resgatados e os da nova série C, atinge os 85 milhões de euros.
O governo que contava só com a sua esperteza para defraudar as expectativas desta classe de aforradores viu, assim, sair-lhe o tiro pela culatra.
Por mim não se compraria nem um certificado de aforro.
Abaixo a mensagem dirigida, então, a Sexa. o Sr. Primeiro-ministro e, com as devidas adaptações, ao Ministro da Finanças, Sexa. o Sr. Presidente da República, grupos parlamentares, etc.
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Exmo. Senhor Primeiro-ministro,

Venho de novo tentar que a V. Exa. continuem a chegar ecos da insatisfação que grassa e aumenta, dia a dia, entre os cidadãos deste País, pelas medidas contra eles tomadas pelo governo da Nação.
No uso das suas prerrogativas decidiu o governo alterar as regras e taxas de juro a que se encontravam sujeitas as aplicações feitas em Certificados de Aforro (CA).
Não se duvida, nem se pode, da cobertura legal para a iniciativa tomada, questiona-se antes a moralidade e justiça da mesma.
Com efeito que uma das partes, a possidente, altere unilateralmente um contrato firmado de boa fé, só por entender que tal lhe é mais favorável não é, não pode ser, em caso algum, uma actuação que não mereça enérgicos e veementes protestos que, não fora a desproporção de forças, daria lugar, seguramente, a uma forte peleja judicial movida pelos segundos outorgantes destes contratos contra o primeiro.
Os sucessivos governos acarinharam e incentivaram esta forma de aforro que, a par das obrigações, especialmente as obrigações do tesouro, foram as aplicações preferenciais para os pequenos aforradores, sem meios e/ou conhecimentos para se arriscarem na bolsa.
O Governo vem agora, numa altura em que os juros, suportados pelos cidadãos quando contratam empréstimos bancários, aumentam significativamente, reduzir os que se propõe pagar e penalizar, mais uma vez, os mais pequenos, os mais fracos não só por essa via, como pela da alteração de prazos para resgate dos CA com direito a receber o prémio integral.
Dir-se-á que os aforradores são livres para resgatarem os certificados e escolherem outras formas de aforro e, sendo isso verdade não o é menos que não serão menos prejudicados.
Não se entende igualmente a que “justiça fiscal” se refere o Exmo. Senhor Secretário de Estado quando vem defender tão injusta medida.
Qual justiça afinal?
A de retirar aos mais fracos, aos mais pequenos, mais vulneráveis, regalias a que o Estado se tinha livremente comprometido, deixando de lado rendimentos puramente especulativos, que continuam a merecer tratamento especial?
Quem poderá acreditar na palavra deste Governo que para além de se cobrir de opróbrio com estas actuações, lança também sobre os vindouros a sombra de desconfiança dos cidadãos sobre a palavra de um estado que muda, a seu bel-prazer, contratos firmados.
O descrédito sobre a política e os seus fautores aumenta de dia para dia, bem como o fosso que separa o cidadão comum da política e da classe política em geral, na constatação de que a palavra empenhada mais não é do que uma ferramenta de conjuntural conveniência.
Respeitosamente
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Saudações a todos(as
Nau Catrineta

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Pão e Circo

Morre Gente em Portugal de Fome?
MORRE!
Foram a leilão mais de um milhar de fogos no 1º semestre deste ano, sob as ordens, instruções e a mando da cupidez dos bancos que não querem renegociar as dívidas do crédito à habitação?
FORAM!
Há algum plano gizado pelo governo com o suporte da Caixa geral de Depósitos para acudir às famílias que estão a perder as suas casas ou em risco disso?
NÃO!
Aumenta a corrida aos diversos bancos alimentares contra a fome?
AUMENTA!
Aumenta a pobreza envergonhada?
AUMENTA!
Aumenta o desemprego?
AUMENTA!
Cresce a perca de poder de compra corroída pela inflação?
CRESCE!
Há dinheiro para perdoar a dívida a S. Tomé e Príncipe?
HÁ!
Há dinheiro para perdoar a dívida a Moçambique?
HÁ!
Há dinheiro para pagar pensões e reformas dignas?
NÃO!
Há dinheiro para novo aeroporto?
HÁ!
Há dinheiro para TGV onde se vai, entre outras coisas, poupar 20 ou 25 minutos no trajecto Lisboa-Porto?
HÁ!
Há dinheiro para proporcionar um acesso ao direito e a defesas oficiosas para quem ganhe uns cêntimos, ou mesmo Euros, acima do salário mínimo de fome?
NÃO!
Há dinheiro para tirar de luras, grutas, tugúrios sem luz, sem água, sem esgotos, famílias inteiras, idosos sós incluídos?
NÃO!
Há dinheiro para uma nova frota auto para os dedicados servidores do Estado?
HÁ!
Há dinheiro para um ror de barragens, uma das quais vai arruinar sem dó nem piedade o rio mais puro e selvagem de Portugal?
HÁ!
Há lata e nervo para pretenderem roubar aos consumidores pagantes de energia eléctrica aquilo que outros não pagaram e que a incapacidade do fornecedor não cobrou?
HÁ!
Há dinheiro para que a televisão pública, paga por todos por duas vezes (através do orçamento do estado e através da taxa de radiodifusão incluída na factura da electricidade), vá ao mercado comprar exclusivos de transmissão de jogos de futebol?
HÁ!

HÁ DINHEIRO PARA QUASE TUDO MENOS PARA O QUE É IMPORTANTE.
ARRANCAR GRANDE PARTE DESTE POVO DA SITUAÇÃO DE CALAMIDADE EM QUE SE ENCONTRA.

CIRCO TEMOS COM FARTURA. PÃO CADA VEZ MENOS!!!

HAJA VERGONHA!!

Islão, politicamente incorrecto

Os Iranianos são Persas, descendentes directos da dinastia dos Aquemênidas, e de Ciro, o Grande, e têm uma história longa cujo início remonta ao 1º milénio a.C. sendo que a primeira referência escrita a respeito deste povo foi produzida pelos Assírios e data de 884 a.C.
Este imenso império, que foi o maior da antiguidade, e cuja religião oficial era o Zoroatrismo, religião monoteísta, a política prosseguida por Ciro, nos territórios conquistados e incorporados no vasto império caracterizava-se por uma elevada tolerância relativamente às religiões, usos e costumes dos povos conquistados, traduzindo-se essa tolerância num apreço pelo conquistador que evitava guerrilhas desgastantes.
A desagregação do império e a sua conquista pelos exércitos árabes (643 a 650), pertencentes ao Califado árabe obrigou à adopção do árabe como língua oficial, substituindo o Parsi, bem como a religião que passou a ser, até hoje, o Islão.
A revolução Islâmica em 1979 que opôs as forças radicais ao Xá
Mohamed Reza Pahlavi veio instituir o regime teocrático e fundamentalista que sobrevive até hoje, apoiado pelos aiatolas Xiitas.
São então estes fanáticos religiosos quem, na verdade, governa o país sob uma estreita, redutora, e medieval visão do Islão.
Este povo vê-se assim a viver sob o jugo da
sharia e a esmagadora maioria liberdades de que o país e seus cidadãos gozavam no reinado do Xá Reza Pahlavi foram, subitamente, abolidas num retrocesso civilizacional sem precedentes.
É neste quadro, em que a religião e o governo do estado são uma e a mesma coisa e em que a sharia se sobrepõe a qualquer lei civil, que
foram condenados, na passada semana, à morte por lapidação, 8 ou 9 cidadãos de ambos os sexos, por alegados crimes de natureza sexual.
Na senda, de resto, do que tem vindo a acontecer noutros países onde o fundamentalismo religioso, estribado num Corão, onde não encontro preceituadas tais práticas, enquanto a comunidade internacional, de vez em , quando, acha por bem clamar contra tais práticas medievais.
Na semana anterior foi a vez de uma jovem ser morta no Afeganistão, dessa vez de uma forma mais “humana”,uma vez que se limitaram a fuzilá-la, por um bando de barbudos e piedosos crentes a quem foi denunciada por estar a namorar numa viatura.
Bem podem os muçulmanos moderados clamar, no deserto e fora dele, que estas práticas, a jiahd com o seu cortejo de meninos/as-homens/mulheres bomba e atentados não representam o Islão.
A imagem subjacente, quer se queira, quer se não queira é a de povos a viverem na época medieval, com usos bárbaros, sem respeito pela vida e dignidade humanas, enquanto se proclamam filhos de Deus, dão, piamente, esmola, peregrinam e rezam 5 vezes por dia.
Sem uma mudança profunda, sem coragem para remeter todos os aiatolá, xeques, e outros líderes religiosos ao lugar que devem ocupar numa sociedade de hoje, o diálogo inter-religioso é, neste quadro, uma tarefa, diria, quase impossível.
Saudações a todos(as)
Nau Catrineta

Vergonha Nacional


terça-feira, 22 de julho de 2008

Al Bashir, criminoso de guerra

Outro criminoso de guerra, Omar Hassan Ahmad AL BASHIR, fautor, autor, financiador e principal sustentáculo de uma guerra de genocídio no Sudão, em Darfur, passeia tranquilo a sua impunidade pelos areópagos internacionais, desafiando as organizações internacionais, promovendo o ataque e assassínio de pessoal das NU enquanto, calmamente, manda as suas tropas e as milícias por quem é responsável, continuar a perseguir, matar, torturar, violar, membros das tribos Fur, Masalit and Zaghawa, historicamente influentes no país.
O TPI (Tribunal Penal Internacional) ao fim de três anos de investigações concluiu ter reunido provas bastantes para o responsabilizar e levar à barra.
Os bons rapazes do costume, China (seu principal parceiro comercial que nunca respeitou o embargo ao fornecimento de armas), Rússia e outros chefes de estado Africanos, eventualmente com a consciência pesada e receosos por ver as barbas do vizinho a arder, opõe-se à medida.
A grandeza dos números, a distância, a raça diferente, embotam-nos os sentidos que nem se conseguem aperceber realmente o que significam mais de 400 mil mortos, (qualquer coisa como uma fila com 700 km) ou o que representa visualmente acampamentos de refugiados, no meio dos mais inóspitos desertos com uma população de 2,5 milhões de pessoas que morre diariamente de fome, sede, doença, servindo de alvo às tropas e milícias, bombardeadas por aviões militares disfarçados.
E o ocidente convive, consegue continuar a conviver com isto, acalmando a consciência com o envio de alimentos, muitos dos quais nem chegam ao destino e são roubados pelo caminho.
Saudações a todos(as)
A Nau Catrineta

Criminosos de Guerra, Radovan Karadzic

As necessidades da “política real” acabaram por se sobrepor às simpatias e cumplicidades que, a todos os níveis da sociedade, dos governos às forças da ordem e segurança e uma larga faixa da população, permitiram a Radovan Karadzic, verdadeiro genocida e autor directo de assassínios em massa, andasse por mais de treze anos fugido à detenção por ordem do TPI (Tribunal Penal Internacional).

Outro criminoso de guerra continua a monte.

Entretanto é bom não esquecer que estes homens não agiram sozinhos.
Não foram eles que mataram directamente todas as pessoas que esperam pela sua sua punição, neste mundo, para poderem, finalmente, repousar em paz.

Não, não foram. Muitas foram as mãos que empunharam as armas que liquidaram milhares de pessoas, que lançaram as granadas ou que afinaram a pontaria da artilharia.
Mão de homens, infantes, mulheres que com fervor matavam, violavam e torturavam exercendo aquilo que consideravam ser mais do que um direito, uma verdadeira obrigação, exterminar um povo diferente.

Toda essa gente, que hoje negará tais acções, ou que se refugiará na desculpa, tal como os nazis e todos os criminosos de guerra de todas as guerras, da obediência a ordens, são tão culpados, tão cúmplices, tão assassinos como o que agora vai ser entregue à justiça dos homens.

Piedosos crentes de vários credos, amantíssimos chefes de família, filhos e pais exemplares, mergulharam de cabeça e com gozo sádico, em todos os crimes de que este monstro vai acusado.

A cor da sua pele é de um vermelho de sangue carregado e vivem e convivem com isso com aparente tranquilidade a julgar pela protecção que concediam a este poeta criminoso.

O ocidente assistia, proferia ameças, vociferava com maior ou menor convicção e assistia a este verdadeiro "progrom", mas por aí se quedava.

Só quando os gritos dos mortos se tornaram insopurtáveis e o sangue escorria pelas valetas e regava os campos de cultivo, se resolveu a intervir.

Não admira, portanto, que todos os assassinos. chefes de estado e de governo, por esse mundo fora, se sintam livres para fazerem o que os seus instintos mais selvagens lhe pedem.

Tem a certeza que tarde ou nunca serão verdadeiramente responsabilizados e/ou punidos.

Quando morreu o marechal Tito, pensei e comentei que, mais dia, menos dia, aquele país, verdadeira manta de retalhos, iria desmoronar-se. Aconteceu.
Infelizmente só a mão férrea desse guerrilheiro conseguia manter unida tão improvável coexistência mais ou menos pacífica.

A paz podre que existe, vigiada pelas forças internacionais, não tem garantia de futuro.
As comunidades continuam a olhar-se com ódio, com a atávica desconfiança de sempre e aguardam uma oportunidade para novas limpezas étnicas.
Todos têm agora motivos para ódios acrescidos.
Oxalá me engane e a paz, ainda que vigiada e podre, reine, por fim, naqueles países.
Saudações a todos(as)
A Nau Catrineta

sábado, 19 de julho de 2008

Trabalho, exploração e abusos

Outro caso de verdadeiro regime negreiro escudado na certeza da impunidade e jogando com a fome e necessidade de quem precisa trabalhar para viver.
Vera responde a um anúncio para auxiliar de educação numa sala de estudo, tipo ATL, na margem sul do Tejo.
Regime de trabalho: recibo verde
Salário: € 500
Horário de trabalho:
De 2ª a 6ª – 9/13 h – 14/18 h
Sábados – 9/13 h
Tarefas:
Limpar e manter limpas as salas de estudo;
Limpar e manter limpo o apartamento da patroa;
Limpar e manter limpo o apartamento da filha da patroa;
Fazer diariamente o almoço para ambas;
Fazer as compras de géneros para ambas.

De novo o conselho para que aceite e se submeta e aceite o que lhe oferecem porque que as condições do mercado de trabalho a isso aconselham.

É a isto que a inoperância da ACT e o Código de Trabalho conduzem.

Descontando as despesas com transportes e a Segurança Social a trabalhadora ficará reduzida a um salário de menos de € 300 por 46 horas de trabalho.

Siga a banda.
Saudações a todos (as)

A Nau Catrineta


Trabalho, exploração e abusos

Um caso de “escravatura” no trabalho, prepotência, desrespeito pela lei e direitos dos trabalhadores (as).
Maria, chamemos-lhe assim, está ainda empregada numa pastelaria da região oeste.
Regime laboral: contrato a termo certo.
Horário: 14,00 – 21,00/21,30 x 6 dias/semana = 42/42 ½ h
Remuneração de horas extraordinárias: não tem
Descanso suplementar para compensação de horas extraordinárias: não
Pausa para refeição: não tem.
Salário: mínimo.
Registo de presenças diárias (livro de ponto): não existente.
Reacção do patrão aos seus protestos: “isto de empregos está muito mau e isto é para quem quer”.
Como reacção do patrão ao anúncio de rompimento da relação laboral por parte da trabalhadora, do contrato de trabalho, procura intimidá-la dizendo-lhe que não o pode fazer por estar ligada a um contrato e ser obrigada a cumpri-lo, a pré-avisos etc.
Brava rapariga que lhe retorquiu que se não tinha direitos também obrigações não as tinha e o deixou a “falar sozinho”.
Não há neste caso um extraordinário aumento de horas de trabalho, mas há e sem qualquer contrapartida.
O mais chocante é a atitude do “empresário”, a sua arrogância e prepotência que se escuda na consciência da sua impunidade.
É esta mentalidade que faz com que um certo tipo de “empresário” não mereça sê-lo.
Espero, sinceramente, que este “empresário”, possa um dia provar do seu próprio veneno.
Que se veja obrigado a mendigar um emprego e a ter que se submeter à exploração de outros chamados “empresários” como ele.
Saudações a todos (as)
A Nau Catrineta

Trabalho, exploração e abusos

Continuarei a partir de hoje a denunciar situações de abuso e exploração de trabalhadores muito para além do que é legítimo, lamentado que, a ACT (Autoridade para as Condições de Trabalho) não façam mais surtidas, tipo ASAE e detectem, “in loco” e em flagrante este tipo de situações.
Concedo que é uma tarefa difícil, até quase impossível pelo simples facto do trabalhador, ainda que super-explorado, se tornar conivente com uma situação para a qual a alternativa será o desemprego sem dó nem piedade.
Contudo a simples constatação da ausência de alguns instrumentos, tornados obrigatórios pelo Código de Trabalho (Registo de Presenças Diário, Seguro Contra Acidentes, implementação do serviço de Higiene, Segurança e Saúde, etc.) permite, desde logo, aferir do modo como o auto-denominado “empresário” olha para as suas obrigação e para os direitos dos trabalhadores e proceder a investigação mais aprofundada das condições de trabalho, agindo em conformidade em caso de violação e desrespeito.
Não sou dos que diabolizam todos os patrões, nem que colocam em peanhas os trabalhadores.
De um lado haverá empresários, que independentemente de pagarem melhor ou pior, respeitam o trabalhador e lhes concedem o que deles é por direito, cumprindo concomitantemente com o que a lei determina.
Do outro o patrão que espezinham o trabalhador e os seus direitos concedendo-lhes obrigações sem quaisquer direitos, outro que, o pagamento de um salário mínimo, muitas vezes contra a apresentação de recibo verde comportando-se como verdadeiros "negreiros".
Do lado dos trabalhadores há e haverá os cumpridores e esforçados e os laxistas que, principalmente na actual situação de mercado verão os seus contratos não serem renovados.
A denúncia das situações que me vão chegando ao conhecimento será feita em documentos separados deste.
Saudações a todos(as)
A Nau Catrineta

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Alteração no Blogue

Um surto verdadeiramente inusitado de visitas a este meu espaço levou-me, por facilidade de gestão do mesmo, a remodelá-lo.

Assim, e a pedido de inúmeras famílias e em benefício do respeitável público, tudo o que eram "poesias" e poesias, foram morar para uma outra freguesia, a saber:

http://www.naucatrineta.bloguepessoal.com/


Eventuais e pachorrentos interessados poderão pousar por lá.

Aqui fica apenas opinião, crítica e similares.

Saudações a todos(as)
A Nau Catrineta

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Chip nas matrículas, segurança interna

O “Grande Irmão” cresce, desenvolve-se e medra bem entre nós, apoiado e sustentado por um governo cada vez mais armado contra a privacidade do cidadão.
Depois do Cartão Único, instrumento perigosíssimo, e de toda a parafernália controlista/ controladora a que nos expomos diariamente só pelo facto de sairmos de casa, temos agora mais este instrumento.
Mais um perigo, um potencial atentado à nossa privacidade que o governo, com a sua maioria parlamentar, não terá dificuldade em fazer aprovar.
Saudações a todos(as)
A Nau Catrineta

terça-feira, 15 de julho de 2008

Sociedade, etnias e guetos

Sempre me tive como não racista, não xenófobo.

Esta apreciação lisonjeira de mim mesmo está estribada na minha experiência de vida, na minha capacidade de relacionamento com gentes de todas as cores e credos, pelas minhas vivências aqui e por distantes paragens, onde fiz, tenho e quero conservar amigos.

Amigos entre judeus, africanos católicos, animistas e outros, árabes e muçulmanos e indo-descententes.

Com todos fiz amizades que prezo e mantenho.

Tinha portanto, de mim, uma imagem não racista e não xenófoba.

Os recentes acontecimentos, nos arredores de Loures, vieram abalar esta bonomia de mim mesmo.

Não pelos acontecimentos em si mesmo, graves, intoleráveis, inadmissíveis mas que, quero crer, sejam uma explosão isolada de um mal-estar social de há muito instalado entre minorias étnicas e na sociedade em geral.

Não me deterei na análise sociocultural dos benefícios ou malefícios do acantonamento de gentes em guetos.

Para além do fenómeno ser conhecido e de estarem identificados os seus malefícios, falta-me, para tanto, conhecimento, engenho e arte.

O que efectivamente me abala é o facto de uma etnia, no caso a cigana, a quem foram distribuídas casas, pelas quais tantos e tantos portugueses, tão ou mais carenciadas delas que os membros dessa etnia, almejam e não alcançam, possam vir reclamar-se e arrogar-se do direito á atribuição de uma nova morada, chegando a choramingar para os noticiários que estão a viver “na rua” por não disporem de mais nenhuma outra habitação.

É isto que me abala fortemente.

Ver um grupo de cidadãos, autores, co-autores, fautores, participantes em cenas dignas do oeste selvagem, ou de um qualquer país em guerra, serem recebidos por presidentes de câmara e outras autoridades, para reclamarem um novo poiso, concedido, evidentemente, à custa de todos nós, por se sentirem inseguros.

Coitados, eles não estavam armados e a disparar, eram só outros.

Haja decoro que paciência já vai faltando.

Saudações a todos(as)
A Nau Catrineta

segunda-feira, 14 de julho de 2008

INEM

Subsídios para o conhecimento do estado do SNS e INEM
Ou
como se pode morrer, estupidamente, em Portugal,

Exmo. Senhora Ministra,

Área Oeste do País,

Uma operária fabril tem um acidente e sofre uma fractura exposta num dos braços.

Liga-se o 112, explica-se, responde-se ao interminável interrogatório da praxe e espera-se.

Espera-se ainda até que se é informado que a única ambulância disponível está a mais de 50 km e que, se uma outra urgência da maior gravidade não se sobrepusesse, chegaria ao local em cerca de 45 minutos.

Se tivessem esperado os cerca de 45 minutos para percorrer mais de 50 km, teria ainda a acidentada de esperar que a ambulância andasse para trás e percorresse mais de 20 km até ao hospital regional mais próximo.

Não esperaram.

Transportaram a acidentada num carro particular e, em 20 minutos, estava a dar entrada no hospital.

Não era uma patologia fatal, mas se fosse?
Saudações a todos(as)
A Nau Catrineta

SNS

Mensagem a Sexa. o Ex-Ministro da Saúde, Correia de Campos

Exmo. Senhor Ministro,
O governo tem vindo, através de V. Exa. a prosseguir uma reforma no SNS apregoada como defensora dos direitos e interesses dos beneficiários do sistema.
Essa reforma tem vindo a crescer com alguns dos nefastos resultados visíveis, mau grado o discurso, sempre optimista de V. Exa., assenta em número de utentes, actos médicos praticados, aqui e além, e em estatísticas.
Tendo em consideração que o discurso e a prática são coisas bem distintas aqui Lhe deixo o meu:

___________________________________________________
Contributo para a avaliação do estado de saúde do SNS,
Ou
Como se pode morrer, estupidamente, no meu País

SINOPSE

Cerca de 17,00 horas foram necessárias para que um paciente, sofrendo de uma patologia potencial (e muitas vezes) fatal, desse entrada num bloco operatório onde a sua vida poderia ser salva.

2006 um dia qualquer, 10,30 h (manhã)

Caminho numa rua, a mão empunha já a chave do carro já ali estacionado.

Uma dor excruciante, intensa, brutal, avassaladora invade-me o peito.

Recolho a chave, encolho a mão e, com custo imenso percorro a meia dúzia de metros que me separam de uma esplanada onde me deixo abater sobre uma cadeira.

As pessoas em redor não notam o meu sofrimento, a dor que invade o corpo, paralisa o cérebro, e não deixa lugar para mais nada a não ser ela própria.

O pânico instala-se.
É desta, o coração está a trair-me.

Venço a dor, em puro reflexo, pego no telemóvel e peço à minha companheira, a essa hora no emprego, que peça socorro.

Conversa breve que a dor nem permite explicar-lhe bem o que passava.

Dois, três? Minutos depois uma chamada de retorno.

O auxílio vinha a caminho.
Aguardo sentindo a dor fluir e refluir, intensa, brutal.

Outra chamada.

Uma voz feminina diz-me ser do “112”.
A voz que soa áspera, ainda que não seja mais que profissional, inquisidora, admoesta-me por não a ter contactado em primeiro lugar preferindo ligar para os bombeiros locais.

A dor aperta, o cérebro estreita-se no sentir da dor, e a voz continua. Agora querendo respostas, exigindo respostas.

Como era a dor, onde era, o que sentia, como me chamava, que idade tinha, e a voz não parava de exigir o que não conseguia dar-lhe; respostas claras e rápidas.

A chegada da ambulância dos bombeiros locais pôs fim ao tormento.

Sou conduzido ao centro de saúde local.

@10,45/10,50 H. Sou examinado no centro de saúde local e mandado evacuar para o hospital regional mais próximo a cerca de 20Km.

@ 11,15/11,20 H. Se bem me recordo nem passo pela triagem e vou directo para o balcão.

Começa uma longa maratona de análises, RX, exames, medições de ritmos e parâmetros vitais, conferências entre internos.

A dor acalmou graças a alguns fármacos ministrados com soro.
A angústia, o medo acentuam-se.
A “coisa” não parecia fácil.
O diagnóstico claro, insofismável, tardava.
Os clínicos decidem que necessitam de uma ecografia.
O hospital regional não conseguia, não tinha técnicos, ou meios, ou o que fosse para àquela hora (cerca das 14,00 h) fazer o exame requerido.

@ 16,30 H. Sou enviado para o exterior, para uma unidade privada, para realizar a ecografia pedida.
Aguardo pela minha vez e sou mandado de volta ao hospital.
@ 17,30? H. Mais conferências, mais exames.
A suspeita dos médicos está mais sustentada, mas eu não sei de que se trata e a angústia aumenta.
Minha companheira já tinha estado comigo, estava na sala de espera, mas não sabia se voltaria a ver minhas filhas, minha mãe.
@ 17,00 H. A equipa clínica decide que não tem meios para me valer e enviam-me para o hospital da minha área de residência em Lisboa, o S.F.Xavier.
Noite fechada a caminho do hospital, com uma médica e um enfermeiro.
A dor adormeceu. Resta o medo. As vibrações da estrada sobem directas para a maca e incomodam.
A viagem nunca mais acaba.
Pelo caminho falo com minhas filhas, procuro que se não assustem.
Falo com a minha companheira.
Peço que não alarmem a minha mãe, já velinha e que não lhe digam nada.
Já perdera uma filha e queria poupá-la o mais possível.
@ 20? 20,30? H. Finalmente o S.F.X. De novo passo directo para o balcão de homens.
A equipa interroga-me. E, de novo, as analises, e uma, agora, completa bateria de exames, que passam por uma TAC.
A equipa chegou a um veredicto e informa-me; Aneurisma dessecante da aorta.
Patologia bastas vezes fatal se não socorrida em tempo útil.
O hospital não estava em condições de proceder à, cada minuto mais urgente cirurgia, e procura um hospital com disponibilidade.
Aparece uma possibilidade; o Hospital da Cruz Vermelha.
@ 24,00 H. No Hospital da Cruz Vermelha são convocados cirurgiões e equipa.
@ 4,00 H. Entro finalmente no bloco operatório e os cirurgiões dão início ao procedimento que me salva a vida.
Questões
De que está o Sr. Ministro a falar quando, encerrando SAPS, diz que o objectivo é concentrar meios técnicos e humanos em hospitais capazes de acolher em condições satisfatórias os que para lá são conduzidos, quando se vê que um
hospital regional não tem condições para realizar uma ecografia, não dispõe de TAC, não falando já em RM?

Que política é esta em que os profissionais de saúde não têm “traquejo” bastante, para, apesar de toda a sua abnegação e esforço, detectarem precocemente a incapacidade da unidade para tratamento da patologia em presença e promoverem a urgente evacuação.

Que política é esta onde perante a suspeita, quase certeza, da gravidade do quadro um cidadão faz mais de 100 km por estrada para chegar a um hospital?

Que política é esta onde os profissionais de origem e os de destino não conferenciam entre si antes de tomarem a decisão sobre que unidade deverá acolher o paciente, encurtando horas preciosas para o auxílio?

Bombarral, MMVII.I.IXX
A Nau Catrineta

INEM e SNS

Mais uma vítima de alegadas demoras do INEM em acorrer a um pedido de socorro.
Desta vez a vítima é uma criancinha de 5 anos falecida em Vila Meã na sequência de um ataque de epilepsia.
Não se pode esperar que, em nenhum país deste nosso mundo, haja uma ambulância a cada esquina ou um helicóptero em voo pairado sobre cada bairro á espera de um chamamento.
A assistência tem progredido mas continua a haver uma descoordenação e um “puxar de galões” do lado do INEM que conduz a situações trágicas e, quiçá, evitáveis.
Se o problema começa na coordenação ou falta dela entre INEM e bombeiros, prolonga-se depois por toda a rede de cuidados de saúde.
Publico aqui, duas mensagens, neste “meu” cantinho.
Uma é falada na primeira pessoa e relata a assistência que me foi prestada aquando de acidente vascular grave que me acometeu.
A outra respeita às demoras e carências do INEM.
Saudações a todos(as)
A Nau Catrineta

Vale e Azevedo, tudo bons rapazes

O Sr. Dr. Vale e Azevedo fez o que qualquer pessoa com posses faria.
Depois de cumprida a parte da pena a que foi obrigado mudou-se, com armas e bagagens para terras literalmente mais frescas, as terras de Sua Majestade e vai de recomeçar a vida.
Atitude que cumpre a qualquer homem, levantar-se após a queda e prosseguir.
Nada que se possa condenar ou recriminar.
Colocado perante uma nova ordem de prisão e um mandato internacional de captura fez e faz o que qualquer um, na sua situação e com os meios ao seu dispor, faria igualmente.
Protela o desenlace e usa de todos os meios ao seu alcance para se furtar ao cumprimento da pena.
Quem o pode condenar por isso?
Eu não, seguramente, e aqui confesso que me é vagamente indiferente se o homem é mais ou menos culpado, dando de barato que é culpado por ter sido já julgado e ter a sentença transitado.
São “futebóis” de uma divisão à qual nunca ascenderei.
Que nas manobras dilatórias minta e invente compreende-se, não se aceita, mas entende-se, procura-se ganhar tempo e confundir e até uma pretensa amnistia por Pontifícia visita a este nosso rincão se desencanta de uma cartola de mágico de pantomina.
Vindo da sua parte, tudo bem, entende-se.
Agora o que já não entendo, nem aceito de bom grado é que o par inglês, venha junto dos tribunais portugueses, fazer diligências, fora do âmbito do processo, pedindo que seja reduzida a pena ou que se faça o cúmulo jurídico, etc.
Como patrono do seu cliente tem direito a efectuar todas as diligências que o processo o consentir, da forma prescrita, pese-nos embora que seja quiçá demasiado formalista e pesada, mas é o que o nosso ordenamento manda.
Que um súbdito de Sua Majestade, advogado embora, se arrogue o direito de intervenções enviesadas junto dos nossos tribunais, é de uma arrogância totalmente inadmissível.
Qualquer advogado português a exercer no Reino Unido sentiria, estou certo, a mão pesada dos juízes britânicos.
Ainda não estão cientes que o seu império é hoje um império de faz de conta.
Saudações a todos(as)
A Nau Catrineta

sábado, 12 de julho de 2008

Mugabe, o assassino.

Sob pretextos vários a China (exemplo e expoente de uma democracia), mai’la Rússia, vetam a imposição de mais sanções contra o Zimbabué, bem como sanções pessoais contra o assassino Mugabe.

Thabo Mbeki da África do Sul (RAS) aplaude e insiste para que se estabeleça no Zimbabué, um diálogo.

Diálogo esse impossível por o assassino Mugabe continuar, persistir e recusar mudar o curso de uma história que ele escreve com sangue dos seus compatriotas.

Uma vez mais se premeia o terror, o nepotismo, a intolerância e a ambição desmedida de uma figura que seria cómica não fora trágica.

Saudações a todos
A Nau Catrineta

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Poítica, apoios sociais

Para que conste. Não posso ser só "caceteiro"...
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Exmo. Senhor Primeiro-Ministro,

Sou, de usual, avaro em elogios a V. Exa. e ao Governo que dirige.

Não posso contudo, por imperativo de consciência, deixar de vir, do mesmo modo que critico, elogiar a as medidas recentemente anunciadas e enunciadas por V. Exa.

É difícil agradar a gregos e troianos, sei-o bem, e haverá sempre que clame que são medidas que pecam por defeito, outros por excesso ou oportunismo político.

Como cidadão comum, homem da rua, estou simplesmente interessado no alívio das minhas “dores” imediatas, num pouco de alívio das condições de vida que me sufocam, estrangulam e me não deixam viver, nem encontrar um futuro mais risonho.

As medidas ora tomadas não se traduzem numa melhoria imediata, foi assim com o IVA, cujo efeito foi, para mim imperceptível, sê-lo-á com a redução o IMI ou da tributação em sede de IRS.

A taxa “Robin dos Bosques” foi uma declaração de coragem política assinalável, independentemente de produzir ou não efeitos a curto ou médio prazo.

Pena é que outros sectores não sejam igualmente atingidos.

Respeitosamente
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Saudações a todo(as)
A Nau Catrineta

Política, nacional

Avaro, de usual, em aplausos ao governo, não posso, contudo, deixar de exprimir o meu aplauso pela adopção das medidas enunciadas e anunciadas que vão irão aliviar, um pouco, a vida dos portugueses.

É difícil conseguir que se agrade a “gregos e troianos”.

Há, e haverá sempre, quem diga que se peca por excesso ou por defeito.

O que consigo ler das medidas anunciadas é o que já tinha comentado anteriormente.

O seu efeito será diferido no tempo (redução do IMI, aumento das deduções em sede de IRS com os custos da habitação, passes escolares, taxa Robin dos Bosques) e não produzirá o efeito rápido que se anseia, porque o cidadão passou e está a empobrecida e em risco de se ver sem habitação e em situação de pobreza, mais ou menos envergonhada, ontem, hoje e amanhã.

Porém, o facto de o executivo as ter tomado parece denunciar o começo de uma política, apelidada de eleitoralista ou não, mais consequente e atenta aos graves problemas da sociedade.

A coragem, assim a entendo, da aplicação de uma taxa suplementar sobre os lucros extraordinários da indústria petrolífera, independentemente dos reflexos que possa ter ou não, sobre o dia-a-dia do cidadão, merece destaque e aplauso.

Saudações a todos(as)
A Nau Catrineta



quarta-feira, 9 de julho de 2008

O nuclear e o Irão

A tensão internacional agrava-se.

Primeiro o primeiro passo, com a assinatura entre os EUA e a Rep. Checa, para o início da instalação do sistema americano de defesa antimíssil.

Simultaneamente as experiências do Irão com mísseis capazes de, não só atingirem Israel, como também bases americanas na região e Europa.

Tudo isto enquanto o crude continua a sua escalada de preços e, sensivelmente, uma semana depois de Israel ter levado a efeito exercícios aéreos com meio e a distâncias que comprovam a sua capacidade para atacar o Irão, em querendo.

Obama engrossa também a voz para o Irão.

O mundo, dividido, promete mais sanções e, simultaneamente, propõe-se aumentar o auxílio (pagar) para que estes fundamentalistas desistam do enriquecimento de urânio.

Se os Israelitas atacarem, efectivamente, como ameaçam, o Irão, não se tem uma noção de até onde poderão subir os preços do crude e derivados.
Será para todo o mundo uma situação trágica, como trágica é também deixar que fundamentalistas, islâmicos ou outros, se armem desse modo.

Saudações a todos(as)
A Nau Catrineta

Aquecimento Global, ambiente

Por uns instantes brilhou na Cimeira dos G8 uma chama de esperança no que ao aquecimento global concerne.

Que me lembre foi a primeira vez que este país anuiu a tomar medidas para reduzir, efectivamente, a emissão de gases com efeito de estufa, embora os "compromissos" tomados por este presidente, de saída, valham o que valem....

Não é coisa de somenos tendo em conta que esta administração e este presidente sempre se recusaram a tal.

A verdade é que a rectificação deste acordo não foi ainda feita nem pelo Senado nem pelo Congresso Norte-americano, nem há qualquer garantia de que o venha a ser, tal como não há garantia nenhuma que a próxima administração, pós Bush, a venha a adoptar.

A proposta de, lá para os anos 50 deste século, se terem cortado essas emissões em 50% é pouco e é muito.

Mas foi breve a chama de esperança que se acendeu.

A índia e a China, dois dos gigantescos poluidores mundiais, vem hoje dizer que não estão em condições/disposição de aceitar/cumprir esse objectivo.

Resumindo, tenho para mim que fica tudo na mesma e que caminhamos alegremente para o suicídio colectivo.

Saudações a todos(as)
A Nau Catrineta

Mugabe, o assassino.

Alguns líderes Africanos começam, agora de forma mais firme e inteligível e audível a condenar Mugabe (Olosegun Obasanjo, da Nigéria).

Curioso ser este líder a fazê-lo quando ele próprio tem o assento do poder assegurado por eleições fraudulentas.

A cimeira dos G8 a acabar hoje, propõe mais sanções e faz recomendações.

O assassino Mugabe, assobia para o lado, diz que sim, que está disposto a formar um governo de unidade nacional, englobando todos os partidos menos o verdadeiro vencedor da primeira volta, o Senhor Morgan Tsvangirai e, evidentemente, desde que continue ele efectivamente a mandar.

Até quando esta farsa?

Quanto terá ainda de sofrer o povo deste país até que este homem, por vontade internacional ou acto de Deus, seja removido definitivamente da cena política?

Saudações a todos(as)
A Nau Catrineta


Águas de Portugal, Prémios

Nas Águas de Portugal (www.adp.pt), o barco segue com o bordo abaixo da linha de água, apesar do que clama e proclama o seu Presidente e da opinião do Tribula de Contas, no seu relatório de auditoria (www.tcontas.pt).

Explicações prestadas pelo seu Presidente tendem a desmentir e a desvalorizar a situação.

Coisa curiosa que verifico é a de que os relatórios e contas, que deveriam ser automaticamente acessíveis, tem de ser solicitados à empresa.

É num contexto de resultados operacionais negativos num montante, apurado pelo Tribunal de Contas, de 75,5 milhões de Euros que a Empresa decide distribuir prémios ao seu pessoal no valor de 2,3 milhões de Euros.

Proclama o seu presidente a legalidade da medida mais todas as estafadas justificações em uso.

Não tenho nada contra, nem me oporia jamais, à distribuição de prémios pelo pessoal de uma empresa, pública, privada ou mista, de cujo esforço diário resultasse um efectivo lucro, fosse premiado.

Mas para algumas perguntas gostaria de ter respostas que não encontro:
1) Qual o número de trabalhadores envolvidos;
2) Qual o salário médio de cada um;
3) Quanto foi pago, em média, a cada um;
4) Qual o número de directores premiados;
5) Qual o salário médio de cada um;
6) Quanto foi paga a cada um desses directores, presidente incluído.
Pode ser que esteja enganado.
Pode muito bem ser, mas desconfio que o grosso dos prémios, dessa brilhante gestão, foi direitinho para o bolso desses extraordinários gestores que, entre outras coisas brilhantes, conseguem estar a fazer captações em dezenas de origens não licenciadas.

Saudações a todos(as)
A Nau Catrineta

terça-feira, 8 de julho de 2008

Política, código trabalho

A alteração em discussão na Assembleia da República ao Código de Trabalho (Lei 99/2003 de 27.08.2003) e sua Legislação regulamentadora (Lei 35/2004 de 29.07.2004), é mais um passo num sentido neo-liberal que o governo dá, sempre em nome da sacrossanta e necessidade de aumento da produtividade interna, e da necessidade de atrair investimentos estrangeiros.

Sobre a produtividade e a falta dela já falei.

Sobre os investimentos estrangeiros, se é certo que muitas empresas, desejando mercados muito menos regulamentados, e onde o trabalhador tenha ainda menores salários do que aqui e muito menos direitos e regalias, batem com a porta e abalam para partes mais consentâneas com a sua gula desmedida, certo é também que outras se vêm instalando com investimentos de vulto, e algumas em áreas de alta tecnologia.

Fica para mim que as concessões feitas aos empregadores se destinam a acalmar um sector, muito importante, tão importante como o do trabalho, que clama sempre por mais liberdade e por aquilo que acham ser o seu direito.

Admitir, como querem e nas condições que querem, despedir nos mesmos termos, “adaptar” os horários de trabalho àquilo que acham ser as suas conveniências ou as da empresa(s) que detêm ou dirigem.

No que a esta revisão concerne.

No que respeita à duração máxima dos contratos a prazo que passam de 6 anos para 3, fica tudo na mesma.
O trabalhador continuará a prazo pelos anos que ao empregador entender, pelo menos enquanto não houver um sistema superveniente de controlo e em rede entre a Segurança Social e a Autoridade para as Condições de Trabalho (antiga IGT).
Na verdade bastará ao empregador ir “despedindo” um trabalhador para o poder voltar a admitir, como agora acontece com os contratos a 3 meses e a menos.
Com a simplificação processual do processo de despedimento e com o fim da necessidade de audição de testemunhas etc., muito mais fácil será ao empregador, em tribunal e com advogado bem pago, conseguir fazer vingar a sua tese.

No que respeita ao aumento/redução das contribuições para a Segurança Social esta medida só poderá, efectivamente, interessar às médias empresas (> 50 trabalhadores) ou ás grandes (> 250 trabalhadores) onde esses encargos representam um efectivo peso nos custos de exploração.
Para as micro ou pequenas, enfim, não aquecerá nem arrefecerá, me quer parecer.
Veja-se o que se passa em sectores como os da banca, seguros, telecomunicações, grande, média e pequena distribuição alimentar, onde as empresas, confiantes em que uma eventual inspecção da ACT, por ser rara e eventual, forçam jornadas de trabalho, sem remuneração extra, ou descanso complementar de 10 e mais horas/dia.
As coimas de uma inspecção levada a efeito numa dependência, compensam, largamente a economia que fazem em horas e correspondentes encargos para a Segurança Social.
A ineficácia da ACT permite que, efectivamente, o “crime” compense neste, como em outros sectores.

As mudanças nos apoios à maternidade e paratentalidade merecem aplauso.
O verdadeiro problema na sua implementação e verdadeiro usufruto, em especial por parte do progenitor, está na situação de extrema precariedade e vulnerabilidade do trabalhador.
Não é preciso ser vidente, nem sem um ilustríssimo Sr. Ministro, para antever o que sucederá a um trabalhador, contratado a prazo, que peça uma licença dessas ao seu patrão.
Pode até ter a licença, mas não verá, seguramente, o seu contrato renovado, em especial se for trabalhador numa micro/pequena empresa, onde o desplante dos patrões, vai hoje em dia, ao ponto de serem eles a preencher as folhas de presença diária (livro de ponto) dos seus trabalhadores, coagindo-os depois a assinarem, depois de fazerem jornadas muito para além do consentido, ou em tempos de pausa.

Já no que respeita aos “Bancos de Horas e á possibilidade de os trabalhadores poderem fazer mais 2 horas por dia durante alguns períodos, é uma medida que tem que ser encarada por dois prismas, como todas, de resto.
Concedo e aceito que uma empresa possa, em determinados momentos, pedir mais do seu pessoal e isso já está, de resto, previsto em contratos do sector do comércio, etc.
Isso é uma coisa.
Quer o empregado quer o empregador sabem de antemão que, naquela época determinada, as regras do jogo se podem alterar e o trabalhador poderá, com maior ou menor dificuldade reajustar a sua vida familiar.
Outra coisa bem diversa é o empregador ditar que amanhã e depois se virá trabalhar das 0,00 às 10,00 h e quiçá na próxima semana ou no mês que virá, se trabalhar das 9,00 às 21,00 etc.
Isto é, deixar ao completo livre arbítrio do patrão, sem nenhuma outra ponderação que o seu entendimento de interesse, a fixação arbitrária de horários diferenciados no tempo e no modo, sem que a vida familiar dos empregados seja em conta levada.
Mas isto é efectivamente o que os empregadores pretendem.
Dispor dos “seus” empregados como um qualquer outro activo, ou mais livremente ainda, porque para o imobilizado e activos não corpóreos há regras a cumprir, melhor ou pior.
Com as infra-estruturas de apoio social existentes, com os horários de funcionamento de creches, ATL’s, escolas etc., esta mudança será um convite, e mais uma porta aberta para despedimento voluntário por parte dos trabalhadores que, em dado momento, se vêem impedidos de encontrar onde e quem entregar os seus filhos, mesmo a pagar, e bem.

Por aqui me fico, por agora.

Saudações a todos(as)
A Nau Catrineta

Crítica,

Perguntam-me alguns porque me dedico só a falar mal.

Mal do governo e seus membros principalmente.

Fica aqui explicado o meu ponto de vista.
O governo e seus membros são eleitos para governar BEM.
Para governar em prol do País e das sua gentes.
Fazendo-o não faz senão aquilo para que foi (fora) eleito(s) e para que é (são) pagos.
Tal como o operário na fábrica ou o empregado nos serviços que não vê o patrão ou o director andar a felicitá-lo por cumprir a sua missão, também o governo não deve esperar, e de mim não terá, esfuziante aplauso por uma ou outra medida adequada ou benéfica, sendo certo que poderei fazer um comentário sobre um desses temas e aplaudir moderadamente, não pelo acto em si, mas pelo benefício que possa trazer à nossa tão causticada gente.

Em tempo de eleições receberá o governo o aplauso daqueles que entenderem o merece.

Saudações a todos(as)
A Nau Catrineta

Ambiente

Somos todos instados, em cada momento, a contribuir e participar em acções de protecção da natureza e do ambiente, que permitam inverter aquilo que parece inevitável, a continuar o aumento de gases com efeito de estufa, i.e., alterações dramáticas no clima, ambiente e o modo de vida e a que habituámos.

Conselhos sábios, acções em que devemos participar, medidas que devemos adoptar.

O que está, mais imediatamente, ao alcance do cidadão comum é a reciclagem.

Contudo a reciclagem levanta-me muitas dúvidas em termos dos reais benefícios que proporciona, refiro-me em particular aos Resíduos Banais Urbanos, i.e., os lixos que cada um de nós gera pelo simples facto de estar vivo.

Desde logo pela insuficiência e distância em que encontram os pontos de recolha.

Na verdade não me parece que se possa pedir às pessoas, especialmente àquelas que não dispõem de viatura própria, que se desloquem quilómetros para depositar os seus lixos em pontos de recolha.

Na localidade em que vivo, que se desenvolve nas faldas de um monte, com acentuado pendor, existe um único ponto de recolha, situado a meia encosta, distante, muito, de ambos os extremos da localidade.

Quem tem carro, enfim, de passagem pode depositar lá os seus resíduos.

Quem não tem, especialmente a população mais envelhecida, recicla como?

Noutras pequenas localidades, onde existem pequenos estabelecimentos de R&B (restauração e bebidas), nomeadamente cafés, mau grado terem assinado contratos “Verdoreca” com a Sociedade Ponto Verde (
http://www.pontoverde.pt) (reciclagem de embalagens vocacionada para embalagens provenientes desses Estabelecimentos), não há ecopontos e espera-se que os proprietários, depois de 10 ou mais longas horas de trabalho, peguem nos resíduos e na sua viatura e se desloquem a uma povoação vizinha para se desfazerem dos resíduos.

Um pouco utópico não?

Mas a verdade é que estão sujeitos ao levantamento de autos de contra-ordenação, coimas, etc.

Para além disto temos uma questão que me levanta sérias dúvidas, melhor duas, mas detenho-me agora sobre uma delas.

Mandam as boas práticas que os resíduos devem ser entregues lavados e, o mais limpos possível.

Vale isto dizer que embalagens, de vidro ou plástico ou metal (conservas) que tenham contido gorduras vegetais, líquidos ou compostos de origem animal (leite, iogurtes, etc.), gorduras de origem mineral, detergentes líquidos, frascos, garrafas e boiões de produtos de higiene pessoal, etc. deverão ser lavadas antes de depositadas nos Ecopontos.

Essa lavagem implica um acréscimo acentuado nos consumos de água, de poluição causada pelos detergentes, de energia térmica, gás ou electricidade, etc. e desencoraja, muitos, a fazê-la.

Se algo deve e tem de ser feito então que o seja de molde a que se obtenha uma eficácia máxima.

Distribuindo Ecopontos de molde a serem territorialmente acessíveis e levando as empresas recicladoras a constituírem as suas próprias estações de lavagem, em circuito fechado, utilizando detergentes mais amigos do ambiente (sem fostatos e outros).

Saudações a todos(as)
A Nau Catrineta

Política, direitos, liberdades e garantias

Sinto, como há muitos, muitos anos não sentia, que os meus direitos, liberdades e garantias, estão a ser postos, cada vez mais em causa.

Este sentimento agravou-se desde que este governo entrou em funções.

É o caso do professor afastado e perseguido por um suposto delito de opinião e expressão.

São as incursões das forças de segurança em sindicatos e escolas tentando controlar manifestações e manifestante.

São as espantosas afirmações de que ninguém ordenou tais acções, deixando na mente do cidadão comum a ideia de que cada elemento das forças de segurança pode fazer o que lhe der na cabeça, em dado momento, trabalhando em “roda livre”.

São os inquéritos urgentes prometidos e de cujos resultados nunca tomo conhecimento.

É o caso de um Blogue já mandado encerrar, mesmo que neste caso se esteja a dar cumprimento a uma ordem judicial que, como tudo na vida, é passível de merecer concordância ou discordância.

Deste meu descontentamento dei conta em mensagens dirigidas a Sua Exa. o Sr. Presidente da República tal como ao Sr. Primeiro-Ministro, Ministro da Justiça, Grupos Parlamentares, etc.

É uma situação difusa de medo e insegurança que me traz à memória vivências de outras eras onde conversar em público nos levava a olhar em roda, tentando adivinhar a presença de “bufos” ou agentes da Pide.
Posso estar a ficar paranóico. Posso. Mas a verdade é que a sensação está instalada.

Agora, depois de ver agentes policiais, que se dedicam a confiscar armas por um lado e por outro as vendem em redes de contrabando, temos agentes da Judiciária a fazerem um “perninha” de espiões privados, utilizando o tempo e meios oficiais para se dedicarem, completamente ao arrepio da Lei que deveriam cumprir e fazer cumprir, à perseguição de cidadãos a soldo de quem lhes pagar.

Casos isolados? Talvez.

Mas a sua existência não é menos preocupante.
Saudações a todos(as)
A Nau Catrineta



segunda-feira, 7 de julho de 2008

Madie

O caso "Madie" parece estar morto.
Nada que me surpreenda muito embora o lamente demais.
A criança merecia mais e os pais, se não fautores, cumplices ou autores, também.
Foram empregues meios sem precedentes e, quiçá, sem procedentes.
Aqui fica algo que escrevi no início desta saga.

********************************************
Desapareceu uma criança, pequenina, tão pequenina ainda!
Uma nuvem negra abate-se sobre todos nós e um punho de ferro aperta-nos o coração na angústia dos pais e nos terrores da criança.

O Rapto

Vieram guardas e polícias,
marinha, aviação,
vieram tropas e cães,
carros, navios, helicópteros,

espingardas e peritos,
Diplomatas, jornalistas
de jornais e de revistas,
rádios, televisões,

vieram turistas e nativos,
Ociosos e curiosos.
Bateram cidades e montes,
mares, praias e poços,

buscaram pr’além do que
a vista alcança,
e não deram com a criança.
Venham todos,

venham mais,
que todos não são demais,
para pôr fim ao terror,
para matar a dor.

E que, quando aos nossos tocar,
sem Diplomatas, jornalistas,
de jornais e de revistas,
rádios, televisões,
então
nessa altura,
venham logo,
venham todos,
venham mais,

que todos não somos demais,
para pôr fim ao terror,
para matar a dor.

Venham todos,
Venham mais,
Logo.

Bombarral, MMVII.V
Saudações a todo(as)
A Nau Catrineta

domingo, 6 de julho de 2008

A produtividade nacional ou a falta dela

De cada vez que ouço discutir o “estado da nação” ou o estado da nossa economia e suas perspectivas próximas e futuras é certo e seguro, que um ataque de urticária me atinge.
Todos os fazedores de opinião (os célebres opinon makers), analistas económicos, comentadores de toda a sorte e todos os nossos grandiloquentes e fantásticos políticos, que vivem, na sua maioria, num País diverso do meu, atiram para cima da mesa, como causa de todas, ou maior de todas as causas para a falta de crescimento e convergência, a par da justificação para os baixos salários, o tema redundante da nossa falta de produtividade.

E fazem-no deixando sempre nas entrelinhas ou mesmo nas linhas que a culpa é do baixo nível de instrução dos trabalhadores, da sua falta de hábitos de trabalho e de disciplina, etc. e, mais recentemente, da baixa qualificação.
Resumindo, todos os males da nossa economia são provenientes dos trabalhadores, madraços incorrigíveis que vivem dos subsídios fraudulentos de doença, do desemprego, etc.
Em resumo:
Toda a culpa dos males da nossa economia assenta e recai sobre as espáduas, já esqueléticas, dos trabalhadores, pensionistas e reformados que pouco ou já nada produzem, mas que exigem sempre mais e mais.
Concedendo que a formação é urgente, necessária e desejável, aqui afirmo, alto e bom som, e na primeira pessoa, que não são acções como As Novas Oportunidades, ou a formação obrigatária pelo Código de Trabalho, que resolverão o problema, como poderei demonstrar se houver nisso interessados.
Esquecem esses doutos, ilustrados, ilustríssimos e grandiloquentes Senhores algumas coisas muito primárias, tão simples que até uma criança de 10 anos será capaz de entender.

1º - o trabalhador Português na diáspora é, sempre foi e continua a ser, um trabalhador apreciado e tido em alta conta, justamente pelos seus hábitos de dedicação e apego ao trabalho e à elevada produtividade.

2ª – é difícil, muito difícil, esperar que um trabalhador que trabalha com o estômago a roncar fome, que vai trabalhar sem saber como alimentar a família, pagar a renda de casa ou a prestação ao banco, pagar os transportes e as amas ou infantários para os poucos que os conseguem, que têm de se levantar de madrugada ou muitas horas antes do seu início de período de trabalho, para percorrer um calvário longo, lento e caro percurso em transportes públicos para conseguirem chegar a horas do ponto, depois de muitos deles já terem feito escala em creches, amas ou casa de familiares (os que podem) para entregar os filhos, que trabalha acicatado pelo azorrague da ameaça de despedimento, da delação, do medo, possa dar um sedimento ajustado ás necessidades da empresa ou da ganância desumana do empregador.

Disto isto bom seria que tão clarividentes e especializadíssimos senhores se questionassem antes sobre as verdadeiras razões de uma eventual baixa produtividade, só aqui ou além, porque nas grandes organizações da distribuição alimentar, banca, seguros, telecomunicações, entre outras a exploração à qual o trabalhador se submete, cerrando os dentes na revolta, toma características de trabalho quase escravo.

Esquecem, escondem e calam o conhecimento, ou não ingénuo desconhecimento, do destino dado a incontáveis milhões provenientes da CEE e destinados à modernização do tecido empresarial.

Ele foram carros de gamas e preços nunca antes por cá, tão descaradamente e em tão grande número exibido, foram os palacetes, tipo “maison” ou outro, foram os iates, os aviões para executivos, as contas na Suíça e em offshore, as jóias para as legítimas e para as amantes, os investimentos, muitas vezes de gosto duvidoso, naquilo que lhe sopravam ao ouvido ser arte boa para render num futuro, os investimentos, bastas vezes de alto risco, na banca.

Enfim, um verdadeiro fartar vilanagem que deixou em roda livre e a afundarem em dívidas as empresas que supostamente deveriam ser as beneficiárias de tais apoios.

No meio de tudo isto, que varreu toda a economia do sector primário ao secundário, empresários sérios, honestos, verdadeiramente padrões e marcos de probidez e esforço, fizeram vingar as suas empresas, e afirmá-las nacional e internacionalmente.

Uma minoria por isso mesmo digna de apreço, encómios e admiração.

Não, sobre isso não falam.

Não convém acicatar os ânimos, quiçá virulentos, de tão portentosos Senhores.

Também não falam da falta de creches, de ATL’s, de Jardins Infantis, com preços que possam estar ao alcance de quem usufrui de um salário mínimo e SOBRETUDO que funcionem dentro dos horários que verdadeiramente são necessários.

Se não se pode esperar que a iniciativa privada os abra e mantenha, especialmente com horários contínuos, de molde a permitir a todos os que trabalhem em horas menos convencionais a elas possam aceder, como seu direito, já se pode exigir ao Estado que o faça.

O recente anúncio, feito por Sexa. o Iluminado, preclaro e omnisciente Sr. Primeiro-ministro do lançamento de concurso para a construção de não me lembro já quantas infra-estruturas do género não me acalma.

O preço, a localização e mais do que tudo o horário de funcionamento são verdadeiramente fundamentais.

Empresas há que há muito se deram conta da necessidade de proporcionarem aos seus trabalhadores esses apoios, tal é o caso da TAP cujo infantário trabalha 24/24.

Outras empresas seguiam o mesmo exemplo mas não tenho dados actualizados sobre essas realidades e, por isso, não as destaco aqui.

Por aqui me fico.
Saudações a todos(as)
A Nau Catrineta

Política, o divórcio entre os cidadãos e os políticos.

Sua Exa. o Senhor Presidente da República tem exprimido a sua preocupação pelo divórcio entre os cidadãos e a política.

Tem razão para preocupações Sua Excelência.

Falo por mim.

O meu descrédito na política e nos políticos aumenta a cada dia que passa.
Só o espectáculo que proporcionam no Parlamento, nas entrevistas obtidas, muitas pondo-se em bicos de pés para as conseguir, são verdadeiramente uma lástima.

No parlamento são os discursos redondinhos e inconsequentes, os floreados retóricos em que se comprazem para darem de si, aos seus pares, uma imagem de grandiloquente erudição, as iniciativas legislativas verdadeiramente assombrosas, como a que pretende regulamentar as tatuagens, as trocas de insultos, à qual nem o Sr. Primeiro-Ministro se furta, o remoque constante ácido, sarcástico, o contínuo alijar de responsabilidades para executivos anteriores ou actos/acções/omissões dos outros partidos com assento parlamentar, fazem desse exercício da política um espectáculo lastimoso.
Os políticos saltam com uma facilidade impressionante dos seus cargos para a cadeira de sinecuras milionárias, nuitas concedidas pelas empresas com que negociaram, em nosso nome e benefício, contratos mais que milionários.
Acumulam pensões milionárias com outras milionárias pensões e tem o desplante, a lata, o nervo e a coragem de, em nome do sacrossanto equlíbrio das contas públicas, negarem, recusarem, pensões dignas, aumentos que, ao menos cubram a inflação, a reformas e salários mais degradados.
Tudo com cobertura legal, tudo.
Tudo com a maior desfaçatez e com a maior imoralidade.

No entremez, o povo sofre, geme, sua suor, sangue e lágrimas, sem vislumbrar no horizonte uma réstia de esperança, um alívio para as suas, cada vez mais degradadas condições de sobrevivência.

O desânimo varre toda a sociedade, onde os mais frágeis são os mais atingidos, desempregados, reformados e pensionistas, com reformas mais que modestas, que são tributados em IRS, as micro, pequenas e médias empresas (com um número ­­mínimo de 50 empregados), fecham as portas a um ritmo alucinante, continuando a debitar pessoal qualificado para engrossar as hostes do desemprego.

Choro por meus filhos, netos, e vindouros para quem o futuro é uma incerteza negra.

O neo-liberalismo completamente selvagem instala-se e conquista, com o apoio de Sua Exa. o prestimoso Primeiro-Ministro, espaços de direitos e liberdades aos trabalhadores, e pequeno empresariado, também ele vítima destas políticas.

Só as classes com poder para “atemorizar” o Governo conseguem fazer-se ouvir e obter aquilo, ou parte daquilo porque lutam e a que se julgam, e terão, com efectivo direito.

Saudações a todos (as)
A Nau Catrineta

Automóvel, novas tecnologias

Vejam este Prótotipo do novo new Mercedes Benz SCL600.

Verdadeiramente diferente.

Como diz o amigo que ma enviou, um futuro bem próximo, onde uma criança de 7 anos terá mais facilidade em conduzir uma viatura do que muita gente da minha geração e de gerações anteriores.

Concebido para a geração que hoje domina o mundo dos Joy Sticks e dos jogos da internet.












E AGORA A VERDADEIRA REVOLUÇÃO:




Recebido do meu amigo Jim, Clarence Warren, EUA