sábado, 5 de julho de 2008

Política nacional, apoios sociais, impostos

Sua Exa., o mui digno, preclaro, omnisciente, e agora que está a dirigir pessoalmente negociações, como as com os agricultores, ou parte deles, também omnipresente, Sr. Eng.º José Sócrates, agora incensado numa biografia editada a destempo (?), espicaçado pela oposição, acicatado pelas sondagens que o mostram em queda junto do eleitorado (que é a coisa que mais presa, especialmente em época eleitoral) e, parecendo dar-se conta dos arrasadores efeitos da crise instalada, por via das suas próprias políticas agravadas por uma crise importada e mundial, pela qual, evidentemente, não pode ser responsabilizado, continua a enunciar desgarradas, medidas de apoio às camadas que chama de “mais desfavorecidas” da nossa causticada população.

Está nesta linha de actuação a anunciada redução do IMI.

Esta medida só produzirá efeitos a partir do ano fiscal de 2009, enquanto a crise está cá, agora e exige medidas que produzam efeitos já, e menos enganadores que a descida do IVA.

Mas se não pode ser responsabilizado pela crise mundial induzida primeiramente pela crise no mercado dos EUA do crédito à habitação (sub prime) e fortíssimamente acelerada pela escalada que parece não ter fim à vista dos preços do crude, já não se pode dizer o mesmo do seu autismo e obstinação em não acolher opiniões das oposições e de reputados economistas e técnicos, que recomendam algum alívio em algumas cargas fiscais, em especial, do ISP.

A recusa obstinada em mexer neste imposto, com o pretexto que não pode por em risco o sacrossanto equilíbrio orçamental, alfa e ómega da sua política, que prossegue indiferente aos “cadáveres” de portugueses que essa política está a atirar para a miséria.

Não diz, não apresenta, os números respeitantes ao aumento brutal de receitas que este imposto tem vindo a produzir, pela simples razão de incidir sobre o preço base dos combustíveis à saída das refinarias.

Subindo brutalmente estes preços de retalho, sobre em proporção o valor das receitas provenientes do ISP.

E, cereja no cimo do bolo, sobre este imposto, pagamos outro imposto, também ele em crescendo de volume, mau-grado a redução de consumos, o IVA, que sobre ele impende.

Questão antiga a que ninguém quer olhar.

Talvez venha a UE a pôr cobro a mais este esbulho.

Saudações a todos(as)
A Nau Catrineta

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