segunda-feira, 30 de junho de 2008

Mensagem a Sexa. o Sr. Primeiro-Ministro - Dívidas á EDP

Aqui se deixa a mensagem remetida a Sexa. Sobre o tema em apreço.

Evidentemente que se trata não de um pedido para ser levado em conta mas mais uma provocação que outra coisa.

Na verdade se a infâmia que a ERSE propõe for levada à prática então, todos nós, podemos pedir que as nossas dívidas à banca e/ou ao fisco sejam suportados por todos....

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Exmo. Senhor Primeiro-ministro,

Vem a Erse propor que as dívidas dos consumidores à EDP sejam distribuídas por todos os utentes que pagam regularmente as suas contas e nada devem à empresa distribuidora.

Empresa distribuidora essa que, celebrando livremente contratos deveria, como qualquer agente económico assumir os custos e benefícios dos mesmos resultantes.

Na verdade o comportamento da EDP para com novos consumidores é já de uma prepotência completamente inadmissível porquanto quando um novo utente aluga ou compra um espaço onde se pretende instalar, a EDP, caso existam dívidas pendentes no endereço em apreço, não procede à ligação da energia sem que o novo utilizador pague as dividas existentes e pelas quais não é, de todo, responsável.

Esta situação, salvo melhor e mais douta opinião, é de per si um abuso de posição dominante completamente inaceitável e admissível num estado que se reclama de direito.

Vem agora a ERSE pretender aplicar a taxa Robin dos Bosques ao invés, i.e., tirar aos pobres, aos fracos e aos indefesos perante a majestática e toda poderosa EDP, para lhe encher os cofres, fazendo com que os mesmos a compensem dos prejuízos que deveriam ser uma consequência inerente à sua actividade e para os quais, seguramente, os seus orçamentos se encontram devidamente aprovisionados.

Excelência, venho então, na sequência desta anunciada intenção rogar a V. Exa. que se digne dar instruções aos vários ministérios que compõem o Governo a que V. Exa. mui superiormente superintende no sentido de que:

a. Seja produzida legislação que faça distribuir por todos os utentes da banca o montante do crédito mal parado por força de situações completamente fora do controle dos mutuários tais como desemprego, doença, ou ambos, nomeda, mas não exclusivamente, o crédito à habitação e ao consumo.
Esta acção tem um vasto alcance social dado que, os novos pobres, se estão a ver confrontados, aos milhares, com a execução de hipotecas sobre as habitações e outros bens móveis ou imóveis, fazendo-os, não só perdê-los, como perder todos os cabedais que, ao longo dos anos, foram penosamente pagando a uma banca que, apesar da crise, vê os seus lucros continuarem a subir continuamente.
b. Seja produzida legislação que distribua por todos os contribuintes que pelas razões aduzidas em a. não puderam, não podem, liquidar obrigações fiscais e que vêem o fisco, com a mesma insensibilidade que a banca, penhorar salários, pensões, bens móveis e imóveis, completamente cego e surdo aos dramas que provoca, em vez de chamar os cidadãos individualmente e estabelecer um plano exequível para liquidação das dívidas.

Estas medidas, excelência, estou seguro, serão retribuídas por todos os atingidos, e pouco impacto terão na vida de todos os cidadãos chamados a cobrir estas dívidas.

Grato antecipadamente pelo acolhimento que se dignar dispensar aos meus pedidos, Respeitosamente
Um reformado


Robert Mugabe, o assassino

Como era esperado completou-se no Zimbabué o simulacro de eleições com as quais o Sr. Mugabe pretende legitimar a sua permanência no poder.

Nunca fui capaz de perceber o que faz homens como o Sr. Mugabe, hoje com mais de 80 anos, agarrarem-se, de forma tão desesperada, ao poder.

Não sei se o medo de perderem as regalias e mordomias de que usufruem, enquanto o povo perece e sofre.

Com uma inflação superior a 1 milhão% ao ano, o País próspero, cuja independência viu ser reconhecida em 1980, elegeu como seu representante maior, este louco assassino que transformou, numa geração, um País com reservas minerais de ouro, níquel, amianto e cromo, e com uma agricultura extremamente desenvolvida, nomeadamente com uma produção de tabaco que faziam dele um líder africano na produção e exportação desse produto, no País que se vê hoje.

Não possue, para mal do seu povo, digo eu que talvez não saiba o que digo mas que o digo ainda assim, reservas de crude.

Se as possuísse talvez “outro galo cantasse” e estou seguro que, a esta hora, há muito tempo que o País já teria sido alvo de uma intervenção “musculada”, liderada pelos EUA, e o Sr. Mugabe destituído e preso por crimes contra a humanidade (http://www.rolim.com.br) como não têm, vê o mundo encolher-se e nem sequer ser capaz de tomar uma posição unânime de condenação das “políticas” deste verdadeiro criminoso.

O seus pares africanos, muitos deles com telhados de vidro e talvez por isso mesmo, reunidos na cimeira de Sharm el-Sheikh, no Egipto, na qual ele próprio participou na sua qualidade de chefe de estado já reempossado, foram incapazes de propor ou tomar incitativas conducentes ao afastamento deste homem que, para além de afirmar que só Deus o poderá apear do poder, produz outras pérolas de afirmações tais como as que asseguram que uma esferográfica a inscrever uma cruz (o acto de votar) não conseguem fazer frente a uma arma, continua a mandar as suas tropas regulares e as milícias irregulares, matar, torturar, prender todos os suspeitos de lhe não serem afectos ou somente de serem afectos ou simpatizantes da oposição.
A ONU também não se entende e, para além de algumas declarações mais ou menos vagas, não toma uma posição firme, decisiva ou fundamental sobre o que se fazer a tal criminoso.

E assim vai o mundo, assim o povo zimbabueano, morre, é torturado e preso sem esperança de ver o homem que um dia elegeu como herói nacional, ser removido, julgado e condenado.

Talvez efectivamente só um acto de Deus lhes possa valer.

Saudações a todo(a)s
A Nau Catrineta.


A Nau Catrineta

A minha memória, já muito usada e desgastada, não me permite situar com rigor a data com que li pela primeira vez a Nau Catrineta.

Penso que foi algures durante a frequência da antiga “primária” nalgum manual de “Português”, como era, à época, designada a disciplina.

Já não possuo o manual e, por essa razão, não posso afirmar ou ter a certeza qual das duas versões que já publiquei, foi a que eu li.

Posso sim, disso me recordo, afirmar que o eco destes versos nunca foram esquecidos, tal como outros lidos mais tarde, e de ter pedido ajuda a minha Mãe para o entender dado que não percebia o que era isso de “deitar sola de molho” ou a que sola se referia o autor ou o que eram as “espadas nuas”.

Esclarecidas as dúvidas, ainda que não recordando o poema na sua totalidade, o início e algumas estrofes nunca me saíram da memória.
Não sei porque motivo foi tão persistente e duradoura esta memória, nem isso monta muito, penso eu, a verdade é que essa memória ficou e me incentivou a ler poesia e, por essa via, a recordar outras.

Saudações a todo(a)s
A Nau Catrineta

sábado, 28 de junho de 2008

A Nau Catrineta, origem (outra versão)

Lá vem a nau Catrineta
Que tem muito que contar!
Ouvide, agora, senhores,
Uma história de pasmar.
Passava mais de ano e dia
Que iam na volta do mar
Já não tinham que comer,
Já não tinham que manjar.
Deitaram sola de molho
Para o outro dia jantar;
Mas a sola era tão rija
Que a não puderam tragar.
Deitaram sorte à ventura
Qual se havia de matar;
Logo foi cair a sorte
No capitão general.
-- Sobe, sobe, marujinho,
Àquele mastro real,
Vê se vês terras de Espanha,
As praias de Portugal.
"Não vejo terras de Espanha,
Nem praias de Portugal;
Vejo sete espadas nuas
Que estão para te matar".
-- Acima, acima gajeiro,
Acima ao tope real!
Olha se enxergas Espanha,
Areias de Portugal
"Avíçaras, capitão,
Meu capitão general!
Já vejo terra de Espanha,
Areias de Portugal.
Mais enxergo três meninas
Debaixo de um laranjal:
Uma sentada a coser,
Outra na roca a fiar,
A mais formosa de todas
Está no meio a chorar".
--Todas três são minhas filhas,
Oh! quem mas dera abraçar!
A mais formosa de todas
Contigo a hei-de casar.
"A vossa filha não quero,
Que vos custou a criar".
-- Dar-te-ei tanto dinheiro,
Que o não possas contar.
"Não quero o vosso dinheiro,
pois vos custou a ganhar!
-- Dou-te o meu cavalo branco,
Que nunca houve outro igual.
"Guardai o vosso cavalo,
Que vos custou a ensinar".
--Dar-te-ei a nau Catrineta
Para nela navegar.
"Não quero a nau Catrineta
Que a não sei governar".
-- Que queres tu, meu gajeiro,
Que alvíçaras te hei-de dar?
"Capitão, quero a tua alma
Para comigo a levar".
-- Renego de ti, demônio,
Que me estavas a atentar!
A minha alma é só de Deus,
O corpo dou eu ao mar.
Tomou-o um anjo nos braços,
Não o deixou afogar.
Deu um estouro o demônio,
Acalmaram vento e mar;
E à noite a nau Catrineta
Estava em terra a varar.

Romance, ou xácara, coletado por Almeida Garrett. Garrett acreditava que a viagem da nau portuguesa, que 1565 transportava Jorge de Albuquerque Coelho de Olinda para Lisboa, deu origem a esta xácara. ........
Fonte: http://www.angela-lago.com.br

A Nau Catrineta, (uma versão)

Lá vem a Nau Catrineta,
que tem muito que contar!
Ouvide, agora, senhores,
Uma história de pasmar."

Passava mais de ano e dia,
que iam na volta do mar.
Já não tinham que comer,
nem tão pouco que manjar.

Já mataram o seu galo,
que tinham para cantar.
Já mataram o seu cão,
que tinham para ladrar."

"Já não tinham que comer,
nem tão pouco que manjar.
Deitaram sola de molho,
para o outro dia jantar.
Mas a sola era tão rija,
que a não puderam tragar."

"Deitaram sortes ao fundo,
qual se havia de matar.
Logo a sorte foi cair no capitão general"
"Sobe, sobe, marujinho,
àquele mastro real,
vê se vês terras de Espanha,
ou praias de Portugal."

"Não vejo terras de Espanha,
nem praias de Portugal.
Vejo sete espadas nuas,
que estão para te matar."
"Acima, acima, gajeiro,
acima ao tope real!
Olha se vês minhas terras,
ou reinos de Portugal."

"Alvíssaras, senhor alvissaras,
meu capitão general!
Que eu já vejo tuas terras,
e reinos de Portugal.
Se não nos faltar o vento,
a terra iremos jantar.

Lá vejo muitas ribeiras,
l avadeiras a lavar;
vejo muito forno aceso,
padeiras a padejar,
e vejo muitos açougues,
carniceiros a matar.

Também vejo três meninas,
debaixo de um laranjal.
Uma sentada a coser,
outra na roca a fiar,
A mais formosa de todas,
está no meio a chorar."

"Todas três são minhas filhas,
Oh! quem mas dera abraçar!
A mais formosa de todas
Contigo a hei-de casar"

"A vossa filha não quero,
Que vos custou a criar.
Que eu tenho mulher em França,
filhinhos de sustentar.
Quero a Nau Catrineta,
para nela navegar."

"A Nau Catrineta, amigo,
eu não te posso dar;
assim que chegar a terra,
logo ela vai a queimar.-
"Dou-te o meu cavalo branco,
Que nunca houve outro igual."

- "Guardai o vosso cavalo,
Que vos custou a ensinar."
- "Dar-te-ei tanto dinheiro
Que o não possas contar"

- "Não quero o vosso dinheiro
Pois vos custou a ganhar.
Quero a Nau Catrineta,
para nela navegar.
Que assim como escapou desta,
doutra ainda há-de escapar"

Lá vai a Nau Catrineta,
leva muito que contar.
Estava a noite a cair,
e ela em terra a varar.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

As Dívidas à EDP

A autoridade reguladora do sector energético, a ERSE (http://www.erse.pt), vem propor, e tem em discussão pública, que as dívidas consideradas incobráveis, pela EDP distribuição, possam ser diluídas pelas facturas de todos os outros utilizadores.

Não tenho palavras para classificar mais este assalto inqualificável à bolsa do cidadão.

Equivale esta peregrina e mirabolante ideia a dizer que qualquer fornecedor de bens ou serviços poderia, num futuro, dividir os seus incobráveis por todos os seus outros clientes, desde o Sr. José do Minimercado, ao Sr. Alfredo do talho e por todos quantos se abalançaram na aventura de uma vida comercial.

Vida comercial essa que deixaria de se caracterizar pela assumpção de um risco na expectativa de um retorno superior às perdas, sempre previsíveis, em qualquer actividade comercial ou industrial.

Esse risco, pelo menos esse que não é dispiciendo, ficaria, à partida, arredado das previsões e preocupações dos agentes comerciais, sabido que era que, em qualquer momento, se podia “rapar” do lápis, da calculadora e do livro dos “fiados”, calcular quantos clientes se tem e “catrapuz”, aplicar a cada um deles uma “taxa de calote”.

As nossas relações com os Srs. Josés ou Alfredos seriam então bem diferentes das cordiais relações actuais.

Quando um cliente franqueasse a entrada da loja, o prestável lojista, depois do habitual cumprimento, informar-nos-ia com rosto soturno e compungido que tínhamos uma contazinha em aberto, por ignorância seguramente porque sempre fôramos bons pagadores e estimáveis clientes, mas tínhamos sim.

Tínhamos por pagar a taxa de calotes do mês anterior.

A falta de decoro, de pudor de vergonha, desta gente roça os limites do inimaginável.

Em separado publicarei a mensagem de correio electrónico que enderecei a Suas Exas. o Sr. Primeiro-Ministro e aos diversos grupos parlamentares.

Saudações a todos(as)
A Nau Catrineta

Porque não eu também

Saudações a todos(a) os(as) que, acidentalmente ou não tropecem neste espaço.
Vem de longe a minha ligação à informática, de muito longe realmente.
Comecei nos já longínquos idos de 80 do século XX a minha aprendizagem, auto-didacta, da informática como utilizador.
Nessa época debutava a informática em Portugal que começou a expandir-se com os pequenos Sinclair que foi a porta de entrada para muitos no mundo da informática.
Não comecei por aí.
Entrei para a informática pela mão dos PC existentes na época, máquinas que hoje são peças de museu com as quais ninguém seria já capaz de trabalhar.
Equipados com drives para 2 disquetes maleáveis com 51/4”, sem disco rígido, trabalhavam com base no DOS 1.0.
O sistema operativo Windows só mais tarde apareceu e se veio a afirmar.
Eram, portanto, máquinas muito rudimentares mas que, ainda assim, representavam para quem trabalhava um avanço fantástico sobre as máquinas de escrever manuais (com as quais comecei a aprender e trabalhar) ou eléctricas, nessa época já mais correntes, principalmente a IBM com cabeça rotativa de esfera, que era o que mais avançado existia no mercado.
Olhando para trás acho espantoso o que se conseguia fazer com tais máquinas, sobretudo quando as comparamos com qualquer PC actual.
Desde essa época que me tornei um computo-dependente e, de há muito tempo, não sou capaz de “sobreviver” sem um computador “à mão”.
Em “meia dúzia de anos”, mos princípios da década de 90 tinha já acesso à Internet e, desde então, fiz dela também minha companhia inseparável, primeiro somente para trabalho e depois para usos recreativos, relacionais e outros, tendo visto aparecer as páginas pessoais lado a lado com as institucionais e/ou meramente comerciais ou de lazer.
Ferramenta indispensável de trabalho é minha companhia no dia-a-dia e nem consigo perspectivar a minha vida sem ela e o meu PC.
Natural é, por isso, que tenha dado conta do aparecimento dos Blogues e da forma como essa ferramenta “explodiu” literalmente na nossa cara.
Como auto-didacta, sem nunca ter estudado qualquer linguagem de programação que me permitisse lançar uma página pessoal, embora tenha feito várias maquetas que nunca viram a luz da Web, comecei a olhar para os Blogues com um olhar mais atento.
Fascina a imensidade e variedade de Blogues.
Há-os para tudo, pessoais, para culinária, desporto, poesia, música, literatura, política e sabe Deus que mais.
Publicados por toda a gente: gente como eu, que tem ou pensa que tem algo a dizer, fazedores de opinião (opinon makers), políticos, jornalistas, desportistas, que sei eu?
Esta ferramenta veio, no meu entender, democratizar a Web como nenhuma outra antes dela.
Como menino que olha com inveja o brinquedo ou a guloseima do outro menino perguntei-me,
então, a mim mesmo:
Porque não eu também?
E aqui estou, a debutar, a aprender, a construir um “cantinho” virtual meu, onde virei, sem compromissos de hora ou data, deixar o que a minha vontade ditar.
Acabo como comecei:
Saudações a todo(a)s os(as) que tropeçarem neste espaço
A Nau Catrineta