sábado, 5 de julho de 2008

sociedade. A greve do pessoal de terra da Tap (Ground Force)


Sou, na generalidade, a favor dos que pelo trabalho esforçado e suado conseguem ir, cada vez pior, sobrevivendo.

Sou contra as injustiças sociais;

Sou simplesmente contra toda a injustiça;

Contra a arrogância e prepotência;

Contra o empresário que paga salários de fome em podendo pagar bem, ou menos-mal;

Sou contra a exploração desenfreada, sem regras nem limites que se consente;

Sou contra a ineficácia da ACT (antigo IGT – Inspecção-Geral do Trabalho);
Sou contra uma adminstração de justiça a três velocidades, uma para gente como eu, outra para os possidentes, e uma terceira, essa defunta de todo para os pobres.
Sou contra um Sistema Nacional de Saúde onde se deixam morrer cidadãos à espera de cirurgias, cuidados ou transporte.

Sou contra as baias legais impostas pela Segurança Social para a concessão de apoio judiciário a trabalhadores que queiram litigar com patrões ou antigos patrões que se locupletaram com: impostos e taxas retidos e não entregue; que não pagaram o salário e outras prestações pecuniária previstas nos CCT ou na Lei, quem para eles trabalhou.

Sou contra a fome;

Sou contra a guerra estúpida, bárbara, e cruel;

Sou contra os gastos e armamento em detrimento do investimento na investigação científica em prol da saúde;

Sou, mau grado ter idade para ter juízo, um revoltado.

Mas não entendo, não aceito, a greve das gentes da Ground Force, cujas justificações apresentadas na TV por um seu representante, evidenciando claros sinais de subnutrição.

Na verdade toda essa gente ganha muito acima da generalidade do trabalhador médio.

Usufrui de um leque vasto de outras regalias, incluindo infantários, refeitórios etc.

A Tap foi apanhada, tal como o País e cada um de nós, por uma situação, quiçá previsível, mas repentina, de aumento brutal dos custos de combustível que vieram por em causa todo o esforçado trabalho de recuperação da empresa.

Os trabalhadores não têm culpa da situação, é bem verdade, mas será que, nesta conjuntura, quando milhares de seus compatriotas são barbaramente atirados para o desemprego sem que alguém lhes valha ou acuda, não seria de repensar a oportunidade desta greve?

Mesmo que a manutenção dos salários implique alguma perda de rendimento?

Esta greve não concita a minha simpatia ou meu aplauso ou compreensão.

Se despedimentos sobrevierem na empresa poderão agradecer a si mesmos.

Saudações a todos(as)
A Nau Catrineta

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