sábado, 5 de julho de 2008

política nacional, grandes investimentos

O governo continua a fazer finca-pé na obra faraónica, que deve considerar imortalizará, para a história, a regência de Sua Exa. o mui ilustre Sr. Primeiro-Ministro.

Martelando incessantemente, massacrando mesmo, toda a população com a necessidade de “apanhar o comboio da modernidade”, desvaloriza, agora e sempre as vozes dos críticos e passa à oposição em geral, um atestado de indigência mental e intelectual, quando ousam por em causa a sua obra.

Verdade é que se viu obrigado a plantar o novo aeroporto no deserto do inefável ministro das Obras Públicas, Mário Lino.

Inefável mas perigoso porque é ministro ainda assim, sendo embora mais ou menos um dos ajudantes de Sexa. O Sr. Primeiro-Ministro.

Primeiro-Ministro que continua a metralhar as oposições, em especial o PSD, onde parece ter finalmente encontrado alguém à altura, a julgar pela pressa com que agendou a entrevista, há muito pedida pela RTP, para o dia imediatamente a seguir à entrevista da Dra. Manuela Ferreira Leite, com a acusação que foram em tempos da sua governação defensores e apologistas de tais obras.

Terão sido e foram seguramente.

A questão não é essa nem isso interessa agora.

O mundo mudou nestes anos, uma crise sem precedentes, mesmo nos anos quentes do PREC, está instalada.

Novas realidades implicam novas decisões.

A irredutibilidade e obstinação de Sexa. Irá custar caro demais ao País, a meus filhos, meus netos e quiçá bisnetos.

Sou absolutamente contra o TGV tal como no-lo apresentam e querem fazer.

Uma ligação a Madrid a partir de Lisboa, atravessando ou não o, agora idílico deserto de Sexa. o Ministro ajudante, vá que não vá, concedo necessária, e de interesse nacional.

Uma ligação entre o Porto e um grande centro de trocas comerciais com Espanha, tudo bem é igualmente desejável e de igual interesse.

Uma ligação entre Lisboa-Porto para se pouparem 20 ou 25 minutos no tempo de viagem é um desperdício inútil de dinheiro de todos nós, que poderia ser usado na persecução de políticas sociais.

Não colhe nem basta dizer que a obra é, em grande parte, mesmo que fosse no todo, comparticipada pela CEE.

Não há almoços grátis e Portugal, como todos os outros estados membros, são quem sustenta a CEE e toda a sua máquina de burocratas, Eurodeputados e toda a coorte de escribas incluída.

É portanto o dinheiro que pagamos, ou parte dele, que retorna sob a forma de subsídio.

O caso do novo aeroporto é ainda mais chocante.

Está, por especialistas, demonstrado à exaustão que o aeroporto da Portela está muito, muito longe da saturação apresentada como justificação única e última para a necessidade de um aeroporto deste envergadura e com este custo.

Um exame às “slots” disponíveis na Portela, ao alcance de qualquer pessoa com uma ligação à Internet, demonstra-o claramente e qualquer comparação com qualquer aeroporto europeu faz da Portela um jardim para passeios dominicais.

Não me vou aventurar em terrenos que não domino mas faz-me confusão não se poderem desviar os voos de baixo custo para um aeroporto já existente, como a nunca mencionada Base Aérea 1 em Sintra a tão falada Alverca, ou outra localização igualmente próxima.

Também aqui, e especialmente agora, é imperioso e urgente, parar para pensar e reequacionar o modo e o tempo.

As obras a prosseguirem como agendadas e planeadas acarretarão para nós e para os vindouros uma factura que hipotecará o presente e o futuro, bem como a capacidade de endividamento do País.

Estas obras de regime parecem-me a mim, que manifestamente não seio o que digo, destinadas a pagar promessas.

Quanto à capacidade dos investimento serem auto-sustentáveis e se pagarem é uma questão ainda mais nebulosa e escorregadia.

Mas pasmem Senhores(as), pasmem como eu pasmei.

O Senhor Administrador da TAP, questionado sobre a real necessidade de um novo aeroporto titubeou na resposta, demorou.
Compreende-se.
O homem que tem, de resto, á frente da TAP, feito o que pareçe ser um trabalho notável, é nomeado pelo governo e dele dependente para a sua manutenção do cargo.
Qustionado sobre os custos da nova infra-estrutura e da possibilidade de virem a ser cobradas taxas aero-portuárias enormemente altas, que o tornem completamente inviável, tal como o novo aeroporto de Atenas, que já levou à falência da transportadora de bandeira Grega, afirmou a sua confiança/fé/esperança em que tal tão se venha a verificar.
Aduziu ainda uma verdadeiramente fantática razão de ser para a sua esperança,
Diz o Senhor que as receitas geradas pelo, que se pensa vir a ser gigantesco, Shoping, possa vir a eliminar a necessidade de cobrança de tais taxas incomportáveis.

Ficou assim desvendado o segredo mais bem guardado do executivo no que toca ao "roject-finance" da OTA.
O dinheirito para equilibrar a exploração virá das rendas do Shoping.
O Governo tem, no maior secretismo, em estudo uma campanha publicitária para o deserto e seu shoping, tendente a que, de norte a sul, de forma sustentada e continuada, se organizem excursões que tragam os bons Portugueses às compras em Alcochete onde entretanto a Ana já viu reconhecidos direitos de superfície sobre uma imensa fatia de terrenos circundantes.

MENINOS (AS) TODOS AO SHOPING DE ALCOCHETE.
UM VERDADEIRO DESÍGNIO NACIONAL.
FAÇAM FAVOR.

Saudações a todos(as)
A Nau Catrineta

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