segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Sharia

Notícias sobre a aplicação da Sharia nos países islâmicos continuam a surgir nos media, causando-me sempre o mesmo sentimento de repulsa, horror e incompreensão.
A sharia é aplicada actualmente não só em países árabes como também em países muçulmanos de outras raças.
Não consigo entender, efectivamente, como países árabes herdeiros de uma tão grandiosa civilização, de tantos feitos humanísticos, artísticos, etc. continuam a aplicar uma lei tão selvagem, bárbara e medieval, que pode ser aplicada por qualquer cidadãos comuns a quem os teólogos concedem o direito de avaliar da “corrupção moral” de comportamentos de terceiros, ditar a sentença e aplicar o castigo que determinarem e entenderem.
Nestes países estão constituídas, por todo o lado, milícias que se dedicam unicamente a andar pelas ruas à caça de comportamentos que possam ser considerados “desviantes” para os prender, julgar, mutilar ou matar a seu bel-prazer.
Que na maioria desses países não existe estado democrático já se sabe, mas que continuem a ser considerados estados de direito, só a posse de petróleo pode fazer entender que os países ocidentais, sob a capa da “não ingerência” nos assuntos internos, continue a virar a cara e a beijar a mão aos verdadeiros assassinos que são os chefes de estado desses países.
Desta feita a notícia* de que no Paquistão três jovens fugiram de casa numa tentativa desesperada de conseguirem fugir ao casamento imposto pelas famílias, normalmente enquanto ainda não passam de crianças muito pequenas e arranjados com homens muitíssimo mais velhos.
Foram facilmente encontradas por familiares num “hotel” de uma cidade próxima, arrastadas para o campo onde foram baleadas e, segundo uma testemunha, enterradas ainda vivas.
No ano de 2007 o Supremo Tribunal absolveu, em recurso, seis membros de uma milícia ligada a Musharraf, que haviam sido condenados, em instâncias inferiores, por terem assassinado diversas pessoas, entre elas um casal de namorados que passeava numa rua, e que consideraram “moralmente corruptas”.
Este casal de jovem foi levado para o lago de um jardim público e deitado dentro de água, enquanto membros da milícia se sentavam sobre eles até terem perecido por afogamento.
Até quando?

Entretanto, nos EUA, paradigma da liberdade, a senadora Sarah Palin, governadora do Arkansas, proposta e confirmada para vice-presidente na lista republicana, afirma que a guerra no Iraque é uma “missão de Deus”, colocando-se, em meu fraco entender, ao nível dos fanáticos terroristas que promovem a Jiahd e que, entre outras, destruíram as torres gémeas.

Estaremos a ficar todos loucos ou são os efeitos das alterações climáticas a afectar-nos a psique?

Saudações a todo(as)
Nau Catrineta

Fonte: Expresso, coluna de José Cutileiro

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