sexta-feira, 19 de setembro de 2008

A palavra também se abate

Os poderes públicos sempre se mostraram incomodados com a liberdade de expressão e de opinião.
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Nalgumas democracias essa liberdade de opinião e de expressão deixou, há muito, de ser perseguida, enquanto que noutros, que se auto proclamam de democracias, continua a ser perseguida e, sempre que entendido, punida.

Depois do cidadão comum a quem é coarctada essa liberdade e, facilmente, espancado, preso, torturado e até morto ou feito “desaparecer”, são os jornalistas e os membros de ONG os alvos a abater pelos “donos” dessas “democracias”.
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O poder da palavra e da imagem continua a fazer tremer essa clique de dirigentes que não querem ver expostas as suas acções e omissões.
Mesmo em Países onde reina alguma liberdade e a democracia é praticada em moldes ocidentais essa tentação é passada à prática com facilidade como, na semana passada, em S. Tomé e Príncipe, País que tanto preso, onde as autoridades deram ordem de expulsão a um jornalista “freelancer”, com um vasto curriculum de documentários realizados um pouco por todo o mundo, acusando-o vagamente de “estar a mexer em coisas perigosas”.
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E Isto num País a quem Portugal acaba de perdoar a gigantesca dívida.
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Em Angola mais um jornalista foi condenado à prisão acusado de cometer um crime contra a segurança do estado e nem o facto desse homem estar, à data dos factos que lhe são imputados, bem distante do local onde estes teriam ocorrido lhe valeu, tal como de nada valeu a confirmação de tal facto por parte da sua entidade empregadora, uma empresa estrangeira, lhe valeu.
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Na Venezuela membros da ONG Human Right Watch receberam também, na passada semana, ordem de expulsão do País por terem publicado um relatório denunciando os atentados aos direitos humanos e liberdades cometidos pelo regime de Hugo Chavez.
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Tudo isto numa semana só.
Tudo isto em Países com quem Portugal tem relações e Países produtores de petróleo, ainda que no caso de S. Tomé tal exploração seja incipiente.
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Tudo dirigentes, com excepção de Fradique de Menezes de S. Tomé, a quem o Governo Português vai ao beija-mão com o chapéu na mão.
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A palavra também se abate, ontem como hoje.
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Uma tristeza.
Siga a rusga que valores mais "altos" se levantam!
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Saudações a todo(a)s
Nau Catrineta

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