segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Paul Newman foi-se, na hora que lhe foi marcada, como todos nós iremos logo que o Senhor o entenda.

Gostava do homem, do actor, porque, na verdade, não sendo um cinéfilo, dele pouco ou nada sei para além do que na tela se mostra, e isso é muito pouco para que se saiba do homem para além do actor.

Não fico pesaroso pela sua partida, não fico mesmo.

Fico antes a pensar que ele teve uma vida plena e gloriosa, fazendo aquilo que gostava, e na qual só a morte prematura por “overdose” de seu filho lançou uma indelével mancha negra de dor e tristeza na sua vida.

Mesmo esse facto triste fez dele mais “humano”, mais semelhante a qualquer dos seus indefectíveis admiradores.

A sua vida pessoal foi uma rara excepção no seu meio, onde as aparências contam mais que as realidades e onde, raros são aquele(a) que não fazem literalmente tudo para treparem a efémera escada da fama.

Homem indubitavelmente bonito, bem apessoado, terá tido a seus pés centenas mulheres, grande parte delas seguramente, procurando, por qualquer meio, guindar-se à sombra da sua fama numm meio tão rude e cruel como o da sétima arte.

Não me lembro de ter ouvido rumores de escândalos, aqueles escândalos que tanto(a)s promovem como meio de auto promoção, e esteve casado durante meio século com a mulher com quem casou, coisa cada dia mais rara, mesmo fora do mundo das artes.

Homem rico pôde dar largas ao seu gosto pela velocidade e tornou-se dono de uma equipa da fórmula Indy onde ele próprio corria até há pouco.
Em memória de seu filho decidiu doar todos os lucros provenientes da sua indústria de “molhos” e similares, a instituições de apoio a toxicodependentes e, à hora da sua morte, mais de $ 170 milhões de USD, tinham sido já distribuídos.

Independentemente das motivações que o moveram tem, para mim, muito mais significado este apoio, que todos os apoios de muitos “Bill Gates”, cujas incomensuráveis fortunas nada sofrem, nem se reduzem, com avultados donativos que fazem, este gesto do falecido actor tem uma grandeza bem maior por a sua fortuna não ser escandalosamente, diria mesmo, obcesnamente grande como a de outros.
Saudações a todo(a)s
Nau Catrineta

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