A ponte Rainha Santa em Coimbra com alguns anos de atraso, como usual, sobre a data de conclusão prevista, aí está faz tempos, ao serviço de todos e em especial dos conimbricenses.
Sobre os atrasos são pecha das nossas obras públicas à qual ainda nenhum governo dedicou seriamente a sua atenção.
As justificações são as usuais.
Obras a mais, necessidade de alterar o projecto inicial, dificuldades não previstas com os solos, etc. etc.
Os atrasos, tal como a morte, têm sempre uma justificação.
Com os atrasos vêem o aumento de custos que, também eles, tem sempre justificação.
Nesta obra em particular os sobrecustos atingiram proporções verdadeiramente escandalosas, mesmo num País como o nosso a ele habituado e conformado?, atingindo o montante de mais de 380%.
Verdadeiramente espantoso.
E que fez o anterior presidente das Estradas de Portugal em relação ao inquérito que a tutela ordenou?
Simples, propôs o seu arquivamento procurando que os salpicos deste lamaçal não o atingissem.
Qual Rainha Santa dos tempos modernos o Exmo. Senhor presidente das EA nos encontros que tinha com os altos responsáveis das empresas construtoras, aparecia sempre transportando uma curnucópia dourada bem agarradinha ao peito e exibia o seu mais seráfico sorriso.
Questionado pelos seus contratados se transportaria rosas em tão bela curnucópia, rasgava mais o seu seráfico, quase beatífico sorriso e, virando para o solo, respondia:
Não meus senhores, não são rosas, são Euros, muitos e muitos Euros.
Perante tão magnânima demonstração de generosidade que restava aos ilustres empreiteiros senão deitar a mão ao máximo de notas possível?
Afinal os pobres empreiteiros também têm família e necessidades prementes.
Haja vergonha, haja decência e respeito por quem sua suor e sangue para pagar estes e outros dislates.
Saudações a todo(as)
Nau Catrineta
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