sábado, 9 de agosto de 2008

Temos um estado fundamentalista que tudo quer regular até ao mais ínfimo detalhe, chegando a entrar abusivamente na privacidade e na liberdade de cada um (veja-se por exemplo a aberração da proposta de legislação sobre as tatuagens e “piercings”.

Na verdade só encontro paralelo nesta obsessão reguladora do estado no Corão.

Quem se der ao trabalho de ler este livro sagrado constatará que toda a vida do Crente está regulamentada até ao mais ínfimo detalhe da sua vida pública ou privada.

O nosso estado está a enveredar pelo mesmo caminho.

Agora vem um comandante pela área marítima do sul, como sempre todos fazem, estribado em leis, regulamentos, normas etc., desta feita emanadas pela CCR local, que não tem mais nem melhor que fazer, proibir não só as massagens dadas na praia como, ainda mais aberrante, a distribuição de maçãs numa praia para a realização de uma campanha contra a gravidade do aumento da obesidade.

Os argumentos são, no mínimo aberrantes.

No caso das massagens, diz sua Excelência, que sabe como começa uma massagem mas não se sabe como acaba.

Estes novos inquisidores do século XXI estarão, não tarda, a proibir que homens ou mulheres, espalhem protector solar no corpo de outrem, não vá o diabo tecê-las e a coisa avançar para algo mais que isso.

Ficar a receber massagens das ondas nas pernas cansadas ou varicosas está igualmente em risco de ter um termo á vista, não vá a coisa, o bem-estar e o alívio provocado pela suave massagem provocar algum súbito orgasmo em alguém.

Para as maçãs avançam com outra explicação, a de que a praia é para ir a banhos e outras actividades, para além das puramente lúdicas, não cabem no direito ao uso das mesmas.

Alerta, alerta vendedores de bolas de Berlim, de batatinha frita, de gelados, de refrescos.

Os vossos dias estão contados.

Os Torquemadas, fundamentalistas, primeiros e últimos guardiões da moral e bons costumes, do nosso direito de torrar ao sol sem direito a comer uma peça de fruta ou saborear um gelado, aí estão.

Vigilantes, atentos, rigorosos, intransigentes, não lhes vou chamar aqui o que me apetecia.

Os homens não são asnos, coitados, limitam-se a cumprir ordens.

Os nazis também se limitavam a fazer o mesmo.

Saudações a todos(as)
Nau Catrineta



1 comentário:

Anónimo disse...

Viva
um excelente artigo que põe a nú o que vai nas cabeças maquiavélicas de quem nos (des)governa.
Penso que só falta mesmo a novidade de quererem meter chips nas matriculas, que para mim, é profundamente inconstitucional, perdemos todos os direitos á liberdade.
Cumps.