sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Saramago e a sua Fundação

Declaração prévia:

Seguramente por falta de “letras”, sensibilidade ou qualquer outro defeito congénito ou não, eu me confesso não ser apreciador do Exmo. Escritor Saramago.
Acho a sua leitura difícil, pesada, e até chata.
Mea culpa, mea culpa.
Sei que farei parte de uma minoria e que serei culturalmente incorrecto mas gosto tanto dele como ele dos Portugueses a quem virou costas.
Dito isto, siga a banda.

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Reconhecido pelo mundo e por todos como o maior expoente vivo da língua Portuguesa, o incensado e sempre louvado Exmo. Senhor José Saramago, que voltou as costas à Lusa Pátria para adoptar como sua nova a Espanha, resolveu, de repente, que aos seus tão desconsiderados compatriotas, não bastava comprar os seus livros, coisa que, por si só, lhe dará um particular deleite ao mesmo tempo que engrossa a sua conta bancária.

Vai daí, para gáudio do povinho e como grandioso contributo para a sua elevação espiritual e, porque não mesmo moral, decidiu que era tempo de criar em Portugal, uma fundação com seu nome.

Não para enaltecer a sua obra, nada disso, a sua modéstia não lho consentiria, nem a sua fama disso necessita.

Seria, portanto, uma fundação para enaltecer outros e elevar os espíritos obscurecidos da maioria dos Portugueses.

Se bem o pensou melhor o fez.

Exprimiu esse desejo/vontade e todas as portas se lhe abriram.

A CML, dirigida pelo super político e salvador da edilidade o mui distinto Sr. Dr. (ou será que é Eng.?) resolveu, de uma penada, o problema e disponibilizou, para seu uso e usufruto privativo, um dos mais emblemáticos, carismáticos e belos edifícios que são pertença de todos os Portugueses e em especial dos “alfacinhas”, a casa dos bicos.

Mas não contente com isso, e mau grado o buraco financeiro em que a edilidade está afogada, ainda vai pagar as obras entendidas como necessárias.

Não é muito grande a despesa mas é, ainda assim, uma despesa que vamos todos pagar.

E que dá o Exmo. Sr. Saramago, para além do brilho do seu nome e de umas quantas palestras de interesse só para eruditos, i.e., a classe de portugueses que já beneficiam do privilégio de terem tido acesso à edução formal e artística?

Três mil livros do seu espólio pessoal e o tempo que dedicará às palestras e sua preparação.

Tenho para mim que é pouco.

Que é quase nada.

Em princípio uma fundação deve perseguir um objectivo específico, ter fins palpáveis, e ter, sobretudo, meios para se auto-sustentar.

Ora fazer uma fundação sem meios, com todas as infra-estruturas colocadas gratuitamente à sua disposição, é para mim, claramente ignorante destes mistérios insuficiente.

Assim até eu.

Acho que vou pegar na minha bibliotecazinha e propor à minha Junta de Freguesia que me entregue um pequeno imóvel para criar uma fundação com objectivos bem precisos e altruístas, a Fundação de Auxílio à Nau Catrineta, sua família e amigos, onde cada um de nós discursará, de tempos a tempos, sobre um tema que domine.

Tenho dito.

Siga a dança que o dançarino é coxo.

Saudações a todos(as)
Nau Catrineta






1 comentário:

Anónimo disse...

Viva
quando tiver o seu espaço para a fundação convide o pessoal que sempre podemos dar uma ajudinha....com as palestras claro, que os Euros andam caros.
Gostei também deste seu cantinho.
Cumps.